Dembélé ouvido no julgamento de Seixas da Costa: "Tocou nos valores do Sérgio Conceição"
Adjunto de Sérgio Conceição foi ouvido como testemunha no julgamento do antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, alvo de uma queixa do treinador dos dragões por difamação agravada.
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Siramana Dembélé, adjunto de Sérgio Conceição, foi ouvido esta sexta-feira em tribunal, no âmbito do julgamento de Seixas da Costa, antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus que, em março de 2019, usou o termo "javardo" para se referir ao treinador do FC Porto nas redes sociais.
"As pessoas são livres para expressarem as suas opiniões sobre o contexto profissional de alguém, mas isto tocou-lhe nos valores pessoais, na família", assinalou o francês, que conhece Conceição desde 2006, ano em que jogaram juntos no Standard Liège (Bélgica). "Sou mais próximo do Sérgio homem do que do Sérgio treinador. Prova disso é que sou o único, da equipa dele, a tratá-lo por tu", vincou.
"Na altura, eu falei com o Sérgio sobre a publicação, que até vi através da comunicação social online, e ele disse que tinha ficado indignado porque era pai e tinha filhos. Foi uma situação que lhe tocou particularmente. Afetou o dia a dia dele e, então, disse que não podia ficar sem fazer nada. 'As coisas não vão ficar por aqui', disse ele", prosseguiu Dembélé. "Ficou sentido, não estava a entender o porquê daquele 'tweet'. Aquilo era insultar a família, os pais... A expressão certa é dizer que lhe tocou nos valores do Sérgio. Sentiu-se ofendido", acrescentou o adjunto portista.
Confrontado com alegados insultos de Conceição a adeptos do Braga no jogo que antecedeu o "tweet" da polémica, a testemunha de acusação referiu que, "em contexto competitivo, há coisas que são ditas a quente" e que o "termo" javardo foi entendido como um insulto pessoal.
A terminar, Dembélé afiançou que Sérgio Conceição teria "abertura para ouvir um pedido de desculpa". "Tudo isto era evitável se surgisse um pedido de desculpa. O próprio Sérgio já pediu desculpa noutras ocasiões", rematou.
Carlos Oliveira, amigo do treinador, foi a segunda testemunha da tarde, indo de encontro às ideias de Dembélé.
O julgamento prossegue a 29 de abril, uma sexta-feira, com os depoimentos das quatro testemunhas de defesa: Vera Jardim, antigo ministro da Justiça, Isabel Pires de Lima, antiga ministra da Cultura e os ex-deputados António Lobo Xavier e José Matos Correia.