Fase de instrução do processo de Rui Pinto arrancou esta quarta-feira.
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Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, disse esta quarta-feira esperar que a juíza de instrução criminal Cláudia Pina reduza o número de crimes pelos quais o criador do Football Leaks está acusado pelo Ministério Público (MP).
Teixeira da Mota explicou aos jornalistas, à entrada do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, antes do início da fase instrutória, que visa decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento, que apenas requereu a abertura de instrução com o objetivo de reduzir os 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão de que o seu constituinte está acusado.
O advogado referiu que Rui Pinto não pediu para falar nesta fase, mas que "falará quando tiver de falar", acrescentando esperar que a juíza de instrução criminal faça o "enquadramento legal" dos factos que constam da acusação do MP.
Para Teixeira da Mota, não está em causa o seu cliente não ir a julgamento, mas antes corrigir "aspetos legais", como a duplicação de crimes.
O advogado disse ainda que Rui Pinto é "uma pessoa com força" e que já foi notificado da extração de certidões para que a justiça portuguesa prossiga novas investigações sobre a atuação do seu constituinte.
Aníbal Pinto, advogado à data dos factos de Rui Pinto e o segundo arguido no processo, por envolvimento na alegada tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, afirmou aos jornalistas que espera provar "a verdade" e a sua "inocência".
"Toda a minha atividade foi na qualidade de advogado e tudo o que fiz foi curar dos interesses dos clientes, sempre dentro da legalidade", sublinhou Aníbal Pinto, à entrada do TIC de Lisboa.
A instrução foi requerida pela defesa dos dois arguidos no processo: Rui Pinto e o seu advogado, à data dos factos, Aníbal Pinto.
Da parte da manhã está previsto o interrogatório a Aníbal Pinto, que, no requerimento de abertura de instrução, pediu para ser ouvido pela JIC Cláudia Pina.
O interrogatório será à porta fechada, mas o debate instrutório, que se seguirá e no qual o Ministério Público e a defesa dos arguidos vão expor os fundamentos para levar ou não os arguidos a julgamento, e a leitura da decisão instrutória serão públicos.