"Dedic é garantia de intensidade, coragem e vontade de ir para cima sem hesitar"
Paixão pelo risco e “desejo de causar danos no adversário” são estilo do lateral, como frisa a O JOGO Carlos Leal. Dirigente destaca o “impacto” do camisola 17, que tem bem incutida a escola da Red Bull, fruto da formação no RB Salzburgo. “É capaz de desequilibrar um jogo” e pode fazer “boa parceria” com Aursnes.
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Titular indiscutível no lado direito da defesa, Dedic tem impressionado Bruno Lage e os adeptos benfiquistas. Somou na vitória por 3-0 frente ao Tondela, no Estádio da Luz, a sua primeira assistência de águia ao peito, numa jogada em que fugiu da direita, furou pelo meio e isolou Ivanovic, permitindo ao colega abrir o marcador. Quem o conhece garante que essa vertigem e aposta em ferir o adversário é algo presente no jogo do novo camisola 17 encarnado. “É uma marca dele, que ganhou na Red Bull, é a marca do grupo. É uma garantia de intensidade, de coragem e de vontade de ir para cima [do adversário], sem hesitar. É um estilo que ele aprendeu desde que chegou ao RB Salzburgo [com 14 anos]”, afirma a O JOGO Carlos Leal, até há pouco consultor do Kapfenberg, da segunda liga da Áustria, e com passagens por Wolfsburgo e Arminia Bielefeld, como olheiro, e 1860 Munique, como diretor desportivo.
Conhecedor do futebol na Alemanha e na Áustria, o dirigente frisa mesmo que “os jogadores na Red Bull não ficam em campo se não jogarem assim, seja no RB Salzburgo, seja no RB Leipzig, são pontos fortes de ambas as equipas”. Destacando a “intensidade e o desejo de causar danos no adversário” que fazem parte do estilo de Dedic, Carlos Leal fala de “um lateral de jogo vertical”, que está “sempre à procura da profundidade, seja com ou sem bola”. “Não é um jogador, como aprendeu no RB Salzburgo, para andar às voltinhas, eles não gostam disso, é de intensidade muito elevada”, reforça, sobre um jogador que já tinha deixado boas impressões na Luz, mas pelo emblema austríaco, em 2023/24, na vitória do RB Salzburgo por 2-0, para a Liga dos Campeões.
“Como não Amar Dedic?”, publicou nas redes sociais o Benfica, brincando com o nome do internacional bósnio (Amar Dedic), algo que também os adeptos já vão fazendo. Carlos Leal admite que o lateral “teve um efeito muito rápido” na Luz e aponta a importância de ter um atleta como o ex-RB Salzburgo. “Com ele é sempre a dar, à procura da profundidade, mesmo sem bola. Um lateral assim, capaz de desequilibrar um jogo, seja a ir para a linha ou para zonas interiores, é muito importante, às vezes nas alas é onde há mais espaço, cada vez mais o campo está a ficar apertado”, declara, sublinhando que Dedic “tem impacto no jogo da equipa”. “Procura que cada movimento, cada ação, tenha impacto e faça mexer o adversário, nem que seja para abrir espaços para os colegas, o objetivo é obrigar o adversário a tomar uma decisão e a partir daí explorá-la”, reforça.
Considerando “um bom negócio” os dez milhões de euros pagos pelo Benfica ao RB Salzburgo, o dirigente destaca o que “pode ser uma boa parceria” com Aursnes, pois o camisola 8 “ajuda todos à sua volta”. “Dá estabilidade e estrutura à equipa, por isso funciona muito bem com Dedic”, diz, admitindo, quanto a comparações, que o lateral-direito “talvez tenha algumas coisas de Lizarazu”, antigo lateral-esquerdo francês, que se destacou no Bordéus e no Bayern Munique. “Talvez pela intensidade e pela garra, mas Lizarazu era ainda mais inteligente, estava num patamar muito elevado”, considera.