De Braga, passando por Moreirense, até De Jong, Pepê e William: a antevisão de Farioli
Francesco Farioli, treinador do FC Porto, faz a antevisão ao FC Porto-Braga, agendado para as 20h30 de domingo e a contar para a 10.ª jornada da I Liga
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O que pensa dos últimos jogos do Braga? "Excelente momento, o melhor deles, tal como o treinador deles disse. Estão numa sequência muito positiva de resultados e exibições, no campeonato e nas outras competições. Será um jogo que vai exigir a nossa melhor versão para competirmos da forma que queremos."
Como está De Jong? "Não está ainda tão perto de voltar como queríamos, mas está a ter a devida recuperação. Já trabalha no relvado, corre e muda de direção quase sem dores e começa a tocar na bola, mas antes da paragem de seleções não volta."
Como prepara um calendário tão denso? "Um jogo de cada vez. Começamos com o Braga, uma das equipas em melhor forma atualmente, tal como o Gil Vicente. Temos de estar preparados para competir de forma árdua."
Espera um Braga com receio do FC Porto? "Sinceramente, com o treinador que têm, mudaram um pouco nas últimas cinco ou seis semanas, especialmente na defesa, ficaram mais agressivos. Mostrei à equipa algumas estatísticas defensivas e o Braga é a segunda equipa, a seguir a nós, mais subida no campo. São agressivos em muitos duelos e acredito que vão abordar o jogo da mesma forma, com o estilo deles. Será um jogo que com duas equipas cara a cara, aceitando jogar em campo aberto, muitos duelos e muitas combinações que podem desbloquear situações de um para um."
Tem enfrentado defesas mais baixas. Tem de tentar atrair os adversários de outra maneira? "Podemos tentar atrair à vontade, mas se eles não sobem, não sobem [risos]...A narrativa que está a correr não é correta, honestamente. E estou curioso para saber aqui quantos de vocês voltam a rever o jogo e com uma cabeça fria? Agora dizem que sabem o que fazemos, que bloqueiam tudo...números, realidade e cabeça fria: entrámos 36 vezes na área do Moreirense, eles entraram seis. Nós tivemos quase 10 remates à baliza, eles tiveram um e foi o golo que nasceu de um desvio. Destruir um modo de jogar é um pouco mais fácil, desces, desces e desces, acumulas jogadores e isto claro faz com que o jogo pareça um pouco mais bloqueado. Aconteceu no último jogo, em Nottingham e em partidas anteriores. Mas isto não muda o que fazemos, temos de ser pacientes para encontrar o momento certo e não entrarmos em loucuras ou tentarmos mudar demasiadas coisas. Temos de ajustar, o jogo mudou e exige coisas diferentes, mas temos de ser frios e conscientes do que estamos a fazer. Na última época, contra os mesmos adversários, havia 11 pontos a menos, por isso creio que estamos num bom caminho."
Como enfrentar as equipas que defendem muito atrás? "Para mim a chave é fazer as coisas bem, com o mesmo rigor, a mesma energia, o mesmo compromisso e com a mesma paixão. Acho que não vai ser o caso de amanhã, acho que vamos enfrentar uma equipa com um estilo completamente diferente, que pressiona com muita intensidade, por isso temos de mudar o chip e voltar ao que fizemos mais no início da temporada."
William Gomes e Pepê. Impacto de ter os dois a jogar? "A temporada é longa e vamos precisar de moldar os nossos alas, às vezes em diferentes combinações. Ambos podem jogar nos dois flancos. Diferente do Borja, que é um ala-esquerdo mais "puro". Pepê costuma jogar à direita, mas temos pedido que jogue algumas vezes do lado esquerdo. William pode jogar dos dois lados. O mesmo acontece com Ángel [Alarcón] e Yann Karamoh, mas no final de contas, ter um extremo invertido vai-nos trazer umas coisas e ter um extremo com pé "natural" é um cenário diferente. Tentamos escolher as melhores opções dependendo dos adversários."

