Anjo da guarda de David Carmo torce e dá raspanetes: "Se confronta os adversários..."
De volta à competição, um ano depois de ter sofrido uma grave fratura no tornozelo direito, David Carmo tem feito trabalho "extra" para recuperar o tempo perdido. A progenitora passa-lhe "confiança.".
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O hábito de David Carmo telefonar mal terminam os jogos foi retomado. Do outro lado da linha a voz é invariavelmente feminina: Carla Marisa atende sempre cheia de entusiasmo, como se fosse a primeira vez, e saboreia cada palavra do filho, por entre felicitações e conselhos, porque a carreira de basquetebolista (representou o Esgueira e o Illiabum) deu-lhe experiência suficiente para perceber o que custa jogar ao mais alto nível.
"Está completamente doido. Tem a convicção de que aquele tornozelo direito [alvo de duas operações para recuperar de uma grave fratura sofrida há cerca de um ano] não volta a quebrar. Só pensa em atingir o nível em que se encontrava antes de se lesionar e, por isso, não se fica pelos treinos normais. É um perfecionista. Tenho-lhe passado confiança", conta a O JOGO.
Desde que o central voltou a jogar (foi titular diante de Tondela, Sheriff e Santa Clara), o Braga deixou de sofrer golos e a mãe não tem dúvidas de que tem feito por merecer as oportunidades concedidas por Carlos Carvalhal. "Julgo que está a jogar porque transmitiu confiança ao treinador. Tem dado o que pode e o que não pode", assegura Carla Marisa, que trava interessantes "diálogos" com o televisor de casa, quando não pode torcer pelo filho presencialmente, na Pedreira.
"Se confronta os adversários, começo logo aos gritos, a chamar pelo nome. Digo assim: "Tem cuidado, por amor de Deus, ainda vês o cartão amarelo!" Depois dou-lhe valentes raspanetes se acho que foi excessivamente agressivo com alguém. E também não gosto que diga palavrões", avisa, embora garantindo que o seu "menino" é especial, "muito amigo e carinhoso."
Inglaterra em mente
O Liverpool foi uma hipótese perdida para David Carmo em janeiro de 2021, por intransigência do Braga. O central não desanimou e, segundo a mãe, continua a perseguir o "sonho" de jogar em Inglaterra. "Sempre me disse que é o tipo de futebol com o qual se identifica. E quando mete uma coisa na cabeça... Não vai desistir desse objetivo", afiança.