José Gomes, treinador português do Al Taawon, orientou Danny Loader no Reading e antevê um futuro risonho ao avançado no FC Porto, depois da estreia auspiciosa - com direito a golo - frente ao Boavista.
Corpo do artigo
Danny Loader protagonizou uma estreia de sonho pela equipa principal do FC Porto. Depois de 40 jogos e oito golos na formação secundária dos dragões, na qual ingressou em 2020, o avançado inglês teve a chance de mostrar serviço em pleno Estádio do Dragão e deu conta do recado, ao marcar o quarto golo azul e branco na goleada aplicada (4-1) ao rival citadino Boavista.
José Gomes, treinador português que, atualmente, orienta o Al Taawon, da Arábia Saudita, trabalhou com o jovem, de 21 anos, no Reading, e, em conversa com o O JOGO, apontou o "profissionalismo incrível" como uma das grandes qualidades do dianteiro. "Se confiarem nele, não vai deixar que fiquem mal", assinalou.
Que qualidades levaram Sérgio Conceição a apostar em Danny Loader?
-Se, com um leque de opções grande, o Sérgio Conceição chamou o Danny, por alguma razão foi. Portanto, terá reconhecido a qualidade que ele tem. A capacidade que tem, o potencial que tem, o profissional que é. Trabalhei com ele quando estive no Reading e já na altura demonstrava um profissionalismo incrível. Sempre foi muito focado no que tinha para melhorar, vê no futebol uma oportunidade de ajudar a sua família. Tem qualidade, é muito equilibrado, forte, tem capacidade técnica e uma compreensão do jogo acima da média.
O próprio Loader já admitiu que gosta de ser móvel na frente de ataque. Como é que o utilizava em Inglaterra?
-Nas seleções jovens de Inglaterra, jogava na frente, como segundo avançado e connosco [no Reading] jogou a extremo, a ponta de lança, segundo avançado... É forte, cobre bem a bola, tem um raio de ação muito grande, finaliza e define muito bem. Se calhar, o percurso dele só não está mais consolidado porque, provavelmente, ainda lhe falta encontrar essa posição fixa na equipa. Mas tem capacidade para singrar em várias posições, porque tem qualidade, é inteligente. Fisicamente é muito bom.
Acredita que estão reunidas as condições para que seja uma aposta consolidada na equipa principal do FC Porto?
-É uma resposta difícil de dar para quem está de fora. Mas há algo que sei: é um jogador e uma pessoa em que se pode confiar. O FC Porto gosta de jogadores com esse cariz, de jogadores e pessoas em que se pode confiar. Se está no FC Porto, é porque tem qualidade. Se confiarem nele, não vai deixar que fiquem mal. Se a aposta é para continuar, fica ao critério do treinador. [O Loader] é um homem que foi obrigado a crescer mais rápido do que outros miúdos, por força do contexto pessoal e do futebol.
O José disse que se trata de um jogador que vê o futebol como um meio para ajudar a família. Que contexto é esse de que fala?
-O Danny é natural dos Camarões, tinha família em França e não só, tem o foco de poder ajudar essa família, tal como muitos miúdos portugueses nessa mesma situação. Tem isso presente de forma muito vincada. Mostrou uma personalidade tremenda na altura em que queriam que ele renovasse pelo Reading. Lutou pelos seus direitos, acreditava que se não assinasse poderia conseguir uma situação vantajosa na carreira, o que acabou por se verificar. Sou suspeito, porque gosto muito dele a todos os níveis. Mas, realmente, estou a dizer coisas boas porque tem qualidade, tem potencial.