Corona em modo poupança de energia: esta época, fixou novos mínimos em várias ações
Produtividade do extremo em contraciclo com a de outros atletas que vieram a deixar o clube a custo zero. Além de ainda só ter uma assistência, perdeu espaço no onze. Saída com o Santa Clara foi mais um aviso
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A pergunta-se repete-se a cada jogo do FC Porto: onde anda o Corona que em 2019/20 foi eleito o melhor jogador do campeonato?
O momento de Tecatito é tudo menos exuberante e os números que vai apresentando dão força aos que alegam que é uma sombra do que foi no passado. Seja por ter iniciado mais tarde a preparação, como referiu Sérgio Conceição antes do encontro com o Sintrense, por não ter sido transferido no verão, ou por não jogar com regularidade, como indicou Tata Martino (selecionador do México) durante a última paragem de seleções, a verdade é que o extremo vai apresentando novos mínimos estatísticos em vários parâmetros em comparação com as quatro épocas anteriores (era Conceição).
Desde logo, na quantidade de ações que realiza em média por 90 minutos, que não se explica apenas com a maior utilização como lateral-direito. Mas não só. O internacional mexicano também está pior ao nível dos remates, dos cruzamentos, da eficácia nos duelos ofensivos e defensivos e numa característica em que habitualmente era fortíssimo: o drible.
O facto de arriscar menos tem reflexo direto nas perdas de bola, que baixaram em relação aos anos anteriores.
Já dentro da última temporada de ligação ao FC Porto e a pouco mais de dois meses de poder comprometer-se livremente com outro clube, Corona arrancou 2021/22 em contraciclo com o rendimento apresentado por outros jogadores que passaram por situação idêntica num passado não muito distante.
Marcano (2017/18), Herrera (2018/19) e Brahimi (2018/19), por exemplo, deixaram os azuis e brancos a custo zero depois de épocas fulgurantes do ponto de vista pessoal - o central entretanto voltou -, em que mantiveram o estatuto de intocáveis para Sérgio Conceição e até bateram (espanhol) ou igualaram (mexicano e argelino) o recorde pessoal de golos.
Tecatito nunca foi um goleador, nem o treinador portista exige agora que o seja, mas até ao momento também tem oferecido (literalmente) muito pouco. A única assistência que lhe é atribuída esta temporada foi para Luis Díaz, no desafio com o Sporting, embora o colombiano tenha ludibriado alguns adversários antes de finalizar.
A isso soma-se tudo o resto, que levou, inclusive, Conceição a fazer-lhe um aviso antes do clássico. "O FC Porto também precisa que o Corona jogue mais", disparou, em resposta a uma afirmação do extremo, em que dizia que necessitava de somar minutos. O desejo do último acabou por concretizar-se, mas o do técnico ainda não. E a substituição no intervalo do encontro com o Santa Clara, de anteontem, foi mais um alerta para Tecatito se conectar à concorrente e desligar o aparente modo de poupança de energia.