Soares deixou o FC Porto por entender que era essa a vontade do clube. No entanto, refere em entrevista a O JOGO que a experiência no Dragão foi "mágica"e indica os colegas que mais o marcaram
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É com gratidão pela oportunidade e orgulho pelo que alcançou em quatro épocas e meia no clube que Soares aborda, numa entrevista exclusiva a O JOGO a partir da China, a saída do FC Porto.
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O ponta de lança explica que a determinada altura sentiu que "não servia mais" para os dragões e garante que nunca foi abordado para renovar o contrato que terminava em 2021. Apesar disso, elege Sérgio Conceição como o melhor treinador que teve, escolhe Corona como o melhor jogador com quem alguma vez atuou e mostra-se confiante na recuperação dos portistas no campeonato.
Quando tomou a decisão de deixar o FC Porto?
-Quando vi que não servia mais. Nunca pensei em sair do FC Porto, mas entendi que era a hora de sair.
Foi uma decisão sua ou tomada em conjunto com o FC Porto?
-Foi uma coisa rápida, porque vi que era o momento de sair. Vi que o clube estava interessado na minha saída, então procurei outros destinos. Basta seguir em frente e tentar fazer carreira onde te querem. Sou muito grato ao FC Porto pela oportunidade que me deu de jogar neste grande clube. Sou portista doente.
"Vi que não servia mais. (...) O clube estava interessado na minha saída, então procurei outros destinos"
Chegou a ser convidado a renovar?
-Nunca me chamaram para renovar, mas só jogar lá já foi mágico.
Que momento destacaria da carreira no FC Porto?
-Quando ganhei títulos. Essa é a melhor coisa que se pode ter num clube.
E o melhor jogo?
-O melhor jogo foi o da estreia contra o Sporting [fez dois golos].
Sente que lhe faltou atingir algum objetivo neste período?
-Realizei os meus sonhos com a camisola do FC Porto. Para mim não faltou nada. Fui muito feliz!
Qual foi o treinador mais importante que teve em Portugal?
-Todos os treinadores foram muito importantes para mim. São totalmente diferentes um dos outros, mas fico com o Sérgio Conceição.
Sabemos que, durante a pré-época, Sérgio Conceição deu o seu exemplo por estar a treinar no máximo, mesmo estando de saída. Sentiu a obrigação de dar o exemplo?
-Sou um "cara" profissional e gosto sempre de dar o máximo. Aprendi isso com Sérgio Conceição. Então, nada mais justo do que sair como profissional.
O treinador disse também que era um jogador que sentia o FC Porto. Como recebeu esses elogios?
-Fico feliz em receber este tipo de elogios. Não gosto de perder e vivo o clube do qual faço parte.
E de que forma o sentia?
-Quando entro para treinar já vivo o clube. O clube obriga-te sempre a dar o máximo. Vivi no FC Porto desta forma, sempre.
"Casillas é um profissional de balneário. Com ele ganha-se títulos e aprende-se bastante. Uma humildade que nunca vi..."
Ao longo deste anos, que pessoas e colegas destaca?
-O primeiro que destaco é o Iker [Casillas]. Um profissional de balneário. Com ele ganha-se títulos e aprende-se bastante. Uma humildade que nunca vi na vida. Em segundo, o Danilo por ser sempre sincero com as pessoas e pelo capitão que foi. Durante o tempo que passei com ele conheci uma pessoa muito especial, além de "pai" e bom jogador. É um bom amigo. Em terceiro, o Corona, que é um jogador de top mundial e de uma qualidade enorme. Para mim, o melhor com quem joguei. O mais chato, o Otávio, mas um "cara" top também, além de muitos outros, como Alex Telles, Pepe e Manafá. Todos são fora de série e com eles conseguimos vencer [títulos]. Assim como outros que não falei.