Contas da SAD do FC Porto: capitais próprios, custos com pessoal e aumento dos sócios

Capitais próprios "aliviados"

Os capitais próprios da SAD do FC Porto são de 10,4 milhões de euros negativos. No exercício anterior eram de 113,7 milhões de euros negativos, ou seja, houve uma melhoria de 103 milhões de euros. "Analisando agora a situação patrimonial do Grupo Futebol Clube do Porto, esta evidencia, a 30 de junho de 2025, uma melhoria muito significativa dos capitais próprios, de 103.303m€ face a 30 de junho de 2024, reduzindo o valor negativo para 10.458m€, resultado de dois fatores principais: a incorporação do robusto resultado líquido obtido no exercício de 2024/2025, no valor de 40.988m€; o impacto da parceria estabelecida com a Ithaka, através da qual o Grupo alienou 30% dos direitos económicos da recém-criada sociedade Porto StadCo, por 65 milhões de euros, com potencial de alcançar um valor total de 100 milhões de euros, mediante o cumprimento de determinadas métricas de desempenho", explica a SAD.

Custos com pessoal

Passaram para 81,8 mlhões de euros, uma redução de 7,5 milhões de euros (8%). "Os custos com pessoal reduzem, face à época anterior, em 7.481m€ (8%), mas com o efeito da integração da empresa FC Porto - Serviços Partilhados, em 2024/25. Considerando o efeito desta empresa na época 2023/24, de 3.012m€, os custos com pessoal reduzem 10.493m€ (12%). Esta diminuição resulta, principalmente, da redução das remunerações atribuídas a jogadores e equipas técnicas (menos 9.965m€), bem como da diminuição dos custos com os órgãos sociais do Grupo (menos 2.012m€). Verificou-se também uma redução dos custos com o pessoal afetos ao "Porto Canal", ainda que parcialmente compensada por um aumento em outras estruturas desportivas, nomeadamente no futebol", explica o FC Porto.

Fornecimentos e Serviços Externos

Redução de 18%, dos 56,8 M€ para os 46,7 M€. "Os Fornecimentos e Serviços Externos diminuíram 10.047m€ face ao exercício anterior. A redução, não obstante o aumento derivado dos custos adicionais relacionados com deslocações e estadas associadas à participação no Mundial de Clubes (no montante de cerca de 1.300m€), foi transversal às várias componentes que integram a rubrica e reflete o esforço da nova administração na implementação de medidas de eficiência, contenção e racionalização de custos, abrangendo todas as áreas operacionais do Grupo", lê-se.

Merchandising e bilhetes

O merchandising rendeu 11,090 milhões de euros, mais 1% do que em 2023/24. Os bilhetes avulso renderam 7,102 milhões de euros, menos 2% do que no período homólogo, ao passo que os lugares anuais renderam 6,485 milhões de euros em 2024/25, uma subida de 42% face aos 4,575 milhões de euros da época anterior a essa. "A venda de lugares anuais no Estádio do Dragão superou as melhores expectativas e bateu todos os recordes dos últimos 15 anos. Em vésperas do arranque de uma das temporadas mais desafiantes de que há memória, com o FC Porto envolvido em seis frentes (Supertaça, Liga Portuguesa, Liga Europa, Taça de Portugal, Taça da Liga e Mundial de Clubes), os sócios azuis e brancos tinham respondido afirmativamente à chamada, aderindo em massa à Cadeira de Sonho. A praticamente um mês da estreia oficial no Estádio do Dragão já se tinham vendido quase mais quatro mil lugares do que no mesmo período da época passada, atingindo um crescimento de 20%, o que atesta bem a mobilização dos portistas. Só durante o período de renovações, que decorreu até 11 de julho, o número de Cadeiras de Sonho adquiridas praticamente superou o número total de lugares anuais vendidos ao longo de toda a época 2023/2024, incluindo o lugar anual da segunda volta. Este crescimento representa um aumento da receita global com cativos a rondar os 33%, valor para o qual foi determinante a disponibilização de sete mil novos lugares que se encontravam até agora bloqueados e, por isso, longe do alcance dos sócios", é detalhado.

Números de sócios cresceu

"Na época 2024/2025, a base associativa do FC Porto registou um dinamismo excecional, com um crescimento de 77% nas novas admissões face a 2023/2024, o que corresponde a 17.500 novas inscrições. A procura concentrou-se em julho, agosto e março, meses que, em conjunto, representaram 46% do total de adesões. O perfil dos novos associados evidencia um claro rejuvenescimento da comunidade portista: 26% têm menos de 10 anos, 58% têm menos de 30 anos e a idade média das inscrições é de 27 anos. Em termos de género, 29% das novas inscrições são de mulheres (idade média 23 anos) e 71% de homens (idade média 29 anos), refletindo uma base plural e em alargamento. A distribuição geográfica mantém o clube enraizado no território nacional e próximo da diáspora. Portugal representa 90% das novas adesões. Entre os restantes, destacam-se os países tradicionalmente ligados à emigração portuguesa - Suíça, França e Luxemburgo - que perfazem 7%, sendo os demais mercados residuais. Internamente, a região do Porto concentra 65% das inscrições, seguida de Braga (9%), Aveiro (9%) e Lisboa (6%), com distribuições residuais nos restantes distritos", lê-se no relatório dos azuis e brancos.