Tancredi Palmeri, jornalista italiano com passado na cidade do Porto, faz um raio-x ao adversário dos dragões. Deteta problemas na personalidade e no setor defensivo.
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Tancredi Palmeri é jornalista italiano e viveu uma temporada na cidade do Porto, tempo suficiente para o clube da Invicta entrar no radar e de lá não mais sair.
Conhecedor de ambas as realidades, vê grande impacto na saída de Luis Díaz, mas também várias fragilidades na Lázio que os dragões podem aproveitar. "Com Díaz, o FC Porto era muito favorito. Agora ainda parte à frente, mas vejo que ainda procura uma maneira de jogar sem ele e isso poderá ser uma vantagem para a Lázio", conta a O JOGO, num português quase perfeito.
"Só que a Lázio tem um problema muito, muito grande de personalidade. Errou muito nos jogos grandes. Ainda recentemente, com o Milan, para a Taça, deu a ideia de que nem estava interessada. Parece que não rendem quando há pressão e só jogam quando não se espera nada deles", acrescenta Tancredi, que identifica assim o principal ponto a favor dos azuis e brancos. "A competitividade é a maior diferença para o FC Porto, que teve sempre essa característica. Está habituado a lutar por títulos. Podem dizer que ganhar a liga em Portugal é fácil, mas o FC Porto chega lá e ganha e isso dá-te a mentalidade que falta à Lázio", defende.
Do ponto de vista tático, a Lázio "joga num 4x3x3 clássico" suportado por "um bom onze, mas sem banco ao mesmo nível". "Immobile, Acerbi, Milinkovic-Savic, Luis Alberto (um fantástico "regista") e, talvez, Pedro Rodríguez seriam titulares no FC Porto", projeta o jornalista, colaborador das cadeias televisivas Sport Italia e CNN. A filosofia de Maurizio Sarri "sempre passou pela posse de bola", mas na Lázio mudou os planos, por culpa de "uma defesa muito fraca e limitada". "Sem o Acerbi [lesionado], vai sentir-se ainda mais. Pela primeira vez, está a jogar muito mais em contra-ataque e acho que vai ser assim com o FC Porto, tal como diante do Inter, que tem uma forma de jogar parecida, com uma posse de bola dinâmica e que procura a profundidade", termina Tancredi.