Guarda-redes deixou a equipa em maré vitoriosa e regressa na fase mais crítica. Antigo colega de posto, José Costa, explica a importância desta boa notícia para Moreno.
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Anuncia-se o regresso de Bruno Varela nos Barreiros, tão necessário quanto palpitante numa equipa que saiu profundamente chamuscada da receção ao Sporting, tanto pelo resultado como pelas críticas ferozes do timoneiro.
Sobe ao palco um novo contexto, riscam-se personalidades mais mimadas, projetam-se outros atores e não se tolera qualquer réplica de dramática encenação, até pela vigilância atenta do espetáculo de uma crescente corrente crítica. Varela, ele mesmo, que até vinha carregando distinções pela exuberância na época em curso, já trabalha com vista a um regresso à ação, fitando a titularidade nos Barreiros diante do Marítimo.
Uma lesão muscular afastou o guarda-redes no início de março, prolongando-se a ausência já num total de sete jornadas. Varela vinha disparando a cotação com notáveis desempenhos na baliza dos conquistadores. Deixou a equipa numa sequência de quatro vitórias e um empate, ofereciam-se pistas de uma segunda volta galvanizante: um Vitória mais disposto a subir do que descer na tabela. Vivia o conforto do quinto lugar e suportado num apoio esmagador, superando expectativas numa espécie de ano zero em razão da revolução no plantel. O quadro envolvente é, agora, oposto. Um Vitória mergulhado em frustrações. Numa queda de lugares e num distanciamento europeu, ultrapassado pelo Famalicão e a sete pontos do Arouca.Volta Varela, muitos já o pedem faz tempo. Não sendo justo julgar quem tomou conta do lugar, Celton Biai, muito jovem, há todo um onze que ficou órfão de uma referência categórica na baliza. Perdeu-se o rumo, veio o descalabro.
O boletim clínico atualizado esta semana deu essa esperança e os sinais vão todos nesse sentido, podendo o Vitória recuperar para as últimas cinco finais aquele que foi titular inquestionável nas últimas três temporadas, e que sofreu 21 golos em 22 jogos na Liga, contra os 13 sofridos pelo Vitória nos últimos seis jogos.
"Estava muito confiante"
Bruno Varela arrasta um lastro de figura na formação do Benfica, com impacto na primeira equipa. José Costa, hoje guarda-redes do Anadia, foi, por norma, a sombra entre os 15 e os 19 anos, e compreende a natureza do desfalque acusado pelo Vitória, refém de uma média de idades muito baixa e, necessariamente, dependente da liderança exercida por homens como Varela e André André.
"Era influente como capitão e como peça fundamental da equipa. É normal que se sinta a ausência ou, melhor, que se note a falta da sua presença, não desmerecendo os outros jovens guarda-redes de muito potencial", argumenta.
"O Bruno estava bastante confiante, num registo excelente, e, quando assim é, era uma parte importante deste Vitória. Mas também o conheço bem, é alguém de grupo, de equipa, que ajuda os colegas, esteja a jogar ou por fora", explica José Costa, aprofundando os atributos oferecidos.
"Com ele, há uma tranquilidade que o resto da equipa gosta de sentir num guarda-redes. Sabem que estão protegidos por alguém focado no jogo e nos pormenores. Um ajuste aqui e ali faz-se; na baliza, a experiência faz a diferença", atesta e completa: "Estando bem e disponível, vai voltar ao nível que vinha exibindo. Torço por ele e espero que ajude o Vitória a superar esta fase complicada".
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