Desempenho do FC Porto sob o comando de Conceição tem na competitividade a imagem de marca.
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Como Sérgio Conceição não se cansa de repetir, são os títulos que contam e que levam multidões aos Aliados, mas a regularidade do FC Porto desde 2017/18 é digna de registo.
De uma forma simples, o desempenho dos dragões ao longo dos últimos cinco campeonatos desaguou em apenas um de dois cenários: ser campeão ou ficar logo atrás de um adversário que também teve uma rotação muito alta.
Logo na época de estreia de Sérgio, o FC Porto atingiu aquela que é, desde sábado, a segunda pontuação mais alta de sempre da liga, 88 pontos. Em 2018/19, o Benfica de Bruno Lage fez a festa com 87 pontos, mais dois do que os portistas, que ainda assim atingiram um registo que teria sido suficiente para ganhar seis dos dez campeonatos anteriores disputados a 34 jornadas.
A conquista da liga de 2019/20 foi, pelo menos a nível quantitativo, a menos vistosa das três, mas teve o aliciante de ter sido alcançada depois de uma grande recuperação - sete pontos de atraso na viragem para a segunda volta. Já a época 2020/21 foi a mais atípica da era Conceição, a única na qual o FC Porto não teve a melhor defesa do campeonato - foi mesmo a terceira, até. Mesmo assim, os azuis e brancos só ficaram atrás de um Sporting que, pela mão de Rúben Amorim, igualou os tais 85 pontos que os dragões acumularam em 2018/19 e que na altura significavam a quarta pontuação mais alta de sempre. Na sexta-feira, em conferência de Imprensa, Sérgio reconhecera que os rivais "foram muito fortes" nesses anos e que "têm valorizado as conquistas" azuis e brancas, enquanto Vítor Bruno deu "mérito a quem esteve sempre a morder os calcanhares" nesta época. Com efeito, os leões voltaram a fazer 85 pontos, mas o FC Porto só parou nuns inéditos 91. De resto, o somatório da pontuação dos três grandes desde 2017/18 é demonstrativo de uma equipa que fez da competitividade um hábito: mais 32 pontos que o Benfica e mais 42 que o Sporting.
Retomada a segurança defensiva, nunca uma equipa do FC Porto marcara tanto numa liga a 34 jornadas (86 golos) e só por uma vez é que Sérgio não teve o melhor ataque da prova: ficou atrás dos 103 golos do Benfica de Lage.