Muito antes da invasão à Academia, cinco atletas recorreram a segurança privada após baterem de frente com Bruno de Carvalho.
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A postura de confronto que desde cedo caracterizou a liderança de Bruno de Carvalho no Sporting há muito que gerava ondas de apreensão junto dos jogadores do plantel profissional, a ponto de temerem pela própria integridade física. Anos antes da invasão à Academia, foram vários os casos de atletas que recorreram a segurança privada após entrarem em conflito com o ex-presidente do emblema de Alvalade e logo depois receberem ameaças diversas feitas por adeptos leoninos com ligações a claques, designadamente à Juventude Leonina. O JOGO sabe que Bruma, Marcos Rojo, Shikabala, André Carrillo e Fábio Coentrão, por ordem cronológica, foram cinco atletas que deixaram de andar sozinhos pela rua, passando a ser acompanhados por guarda-costas.
O ambiente de ameaça sentido pelos jogadores resultava de processos ligados a disputas contratuais, disciplina ou reações a determinações ou imposições do presidente destituído em junho passado e que agora está a braços com a justiça pela invasão à Academia Sporting, ocorrida a 15 de maio último. Bruma foi protagonista do primeiro de vários casos polémicos verificados durante a governação de cinco anos de Bruno de Carvalho, mas apesar das ásperas trocas de palavras públicas registadas ao tempo das situações em apreciação, nunca como agora foi revelado o ambiente de perseguição e coerção movido por membros das claques logo depois de os futebolistas entrarem em contencioso com o então presidente (ler informação detalhada ao lado). Catió Baldé, agente do internacional português de origem guineense, reportou isso mesmo no final da passada semana, mas O JOGO sabe que outros casos se sucederam.
Nos casos de Carrillo e Coentrão em particular, o nosso jornal apurou que as tentativas de agressão física revelaram-se infrutíferas quando ficou claro que os jogadores já se encontravam protegidos por seguranças privados. Nenhum dos atletas em causa, de resto, se manteve nos quadros do Sporting após os conflitos registados, rumando a outras paragens.
Carrillo foi, de resto, o atleta que durante mais tempo careceu deste tipo de vigilância, uma vez que recusou aceder às pretensões de renovação da SAD num processo longo que culminou com o seu afastamento do plantel e posterior ingresso no rival Benfica, apesar de, ao tempo, o próprio Jorge Jesus ter tido uma intervenção pessoal no caso, sem conseguir demover o jogador a manter-se em Alvalade.
ALTA PRESSÃO
Bruma 2013
Tentativa de rapto
Dias após ter rescindido, Bruma terá sido alvo de tentativa de rapto pela Juve Leo, que, por ordem de Bruno, teria como missão forçá-lo a assinar um novo contrato.
Rojo 2014
Doyen a quem doer
A relação azeda entre Rojo e a SAD teve início quando o defesa foi alvo de ação disciplinar pela interferência da Doyen na sua saída de Alvalade, situação que motivou famoso processo.
Shikabala 2014
Afeto aos rebeldes
Por entre várias fugas e temporadas no Egito, Shikabala afrontou Bruno ao declarar-se solidário com Rojo e Slimani, que se encontravam suspensos e a treinar à parte.
Carrillo 2015
Negociação bélica Negociações repletas de ataques de parte a parte de uma renovação que nunca seria assinada, que culminou com a sua saída para o Benfica, colocaram Carrillo sob alta pressão.
Fábio Coentrão 2018
Fúria pós-Madrid
Por via de mensagens, o lateral respondeu à letra a Bruno, que criticou duramente os jogadores após a derrota na casa do Atlético de Madrid, e nunca mais teve paz.