Zanocelo estreou-se pelo Estoril no dia seguinte a ser apresentado e rapidamente ganhou a titularidade no meio-campo canarinho. Antes de vir para Portugal, não jogava há sete meses
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Chegar, assinar, treinar e jogar. Este foi o resumo das primeiras horas de Zanocelo ao serviço do Estoril, contratado para suprir a saída de Koba Koindredi para o Sporting. O médio brasileiro de 23 anos, emprestado pelo Santos, foi apresentado como reforço a 30 de janeiro e no dia seguinte já se estava a estrear com a camisola canarinha, atuando 11 minutos no empate em casa do Rio Ave (1-1). E em menos de um mês conquistou a titularidade.
O médio brasileiro, emprestado pelo Santos até 2025, foi contratado em janeiro para suprir a vaga de Koindredi, mas até podia ter chegado no verão passado. E está agradecido a Vasco Seabra.
“Foi um pouco uma surpresa, embora um jogador espere sempre jogar. Mas eu tinha tido uma lesão e não jogava há sete meses”, conta, a O JOGO, pouco surpreendido pela forma como correspondeu após uma longa paragem: “Sentia que estava preparado. No Brasil, antes da temporada começar, tive um mês e meio de preparação com o Santos e sabia que estava fisicamente bem. Além disso, a adaptação ao Estoril foi rápida.”
E a chegada à Amoreira até podia ter acontecido mais cedo. “Tive uma conversa com o Estoril na janela de transferências do verão do ano passado, mas as coisas acabaram por não dar certo. Foi também na altura em que estava lesionado, o que acabou por dificultar um pouco o processo”, conta Zanocelo, feliz pelas negociações terem sido bem-sucedidas em janeiro. “Era um objetivo vir para a Europa, queria já ter vindo antes.”
“Em Portugal as equipas são muito mais organizadas. No Brasil falta a parte tática”
Para o camisola 7 estorilista, o treinador Vasco Seabra foi peça fulcral na integração. “Em poucos meses teve uma grande influência na minha carreira. Aprendi muito com ele e sinto que estou a evoluir a nível tático”, elogia, enumerando as principais diferenças entre o futebol português e brasileiro. “Aqui as equipas são muito mais organizadas, ao contrário do que acontece no Brasil, onde os jogadores são muito bons, mas falta um pouco a parte tática.”
“As minhas características são mais indicadas para jogar na posição seis”
O 3x4x3, tática mais utilizada pelo Estoril, também já era conhecida do médio brasileiro, que pode desempenhar mais do que uma posição no meio-campo. “No Brasil jogava a seis ou a oito. Ambas as posições têm os seus prós e contras. Como seis, ajudo mais na construção e chego menos à área. A oito, tenho menos bola, mas jogo mais perto da área”, aponta, satisfeito por nos canarinhos desempenhar uma função mais recuada. “Hoje prefiro jogar como seis e estou feliz. Penso que as minhas características são mais indicadas para essa posição.”
Já de férias, Zanocelo tem ainda mais um ano de contrato com o emblema da Amoreira, por cedência do Santos, e está confiante em relação ao futuro, mesmo com a saída de elementos importantes do plantel canarinho, como Marcelo Carné, Rodrigo Gomes e Mateus Fernandes. “A estrutura do clube conseguiu montar uma equipa muito boa e acredito que na próxima temporada vai ser ainda mais forte”, acredita o médio brasileiro.