Mika Borges já igualou os nove que marcou na época passada e está a dois de Tamble, mas foca-se nos desafios coletivos. Natural de Chaves, Mika estreou-se pelos flavienses na I Liga, na época 2018/19, frente à B SAD, mas não conseguiu afirmar-se. Objetivo é voltar ao topo e ajudar o Lourosa a garantir a subida.
Corpo do artigo
Mika Borges é o melhor marcador do Lourosa esta temporada (nove golos), superando a concorrência de Ivanildo Nhaga (seis) e Fábio Fortes (cinco). Em termos de Liga 3, o avançado de 26 anos, que faturou na última vitória sobre o Trofense (3-1), é o terceiro goleador da Séria A (sete golos), numa lista liderada por Tamble Monteiro, ex-avançado do Felgueiras, entretanto transferido para o Portimonense (nove golos) e Alex Tanque (Canelas, oito golo).
Ciente de que poderá ser o artilheiro da competição, Mika prefere ver a equipa crescer e melhorar as suas performances, que passam por voltar a fazer uma boa exibição frente ao Canelas para garantir um lugar na fase de subida.
Com o golo apontado ao Trofense, igualou a número de remates certeiros da época passada (nove). Era um dos seus objetivos no início, e acredita que é uma questão de tempo para superar a melhor marca?
-O objetivo inicial era melhorar de uma época para a outra e conseguir fazer mais golos, mas, mais importante do que isso, é a equipa ganhar e conseguirmos os nossos objetivos.
Atingiu este registo quando ainda vamos a meio da época. Até onde acha que pode chegar?
-Acredito sempre que consigo fazer melhor. A qualidade dos jogadores da minha equipa também ajuda a tornar as coisas mais fáceis, e o meu objetivo passa por fazer mais do que nove. Mas não tenho metas de golos estipuladas na cabeça; o que tiver de ser, será.
Em termos de Liga 3, é também o terceiro melhor marcador da prova, só superado pelo Alex Tanque e o Tamble Monteiro. Considera que pode acabar na frente?
-Se continuar com este registo, acredito que poderei liderar os melhores marcadores, mas não penso muito nisso. O meu foco é ajudar a equipa a vencer jogos.
Tamble Monteiro foi transferido para o Portimonense nesta janela de mercado. É um sinal de que anda muita gente atenta à Liga 3 e que há mais jogadores que podem dar o salto?
-A Liga 3 é muito competitiva, recheada de bons jogadores, com muita qualidade, que a qualquer momento podem dar o salto para uma liga profissional. Não conhecia o Tamble pessoalmente, mas conheço o percurso dele, porque já estive com colegas que trabalharam com ele noutros clubes. Disseram-me que é muito humilde, trabalhador e um excelente jogador. Espero que tenha muito sucesso na I Liga. Já aconteceu alguns jogadores darem o salto da Liga 3 para campeonatos superiores, mas assim, a meio da época, não me lembro.
Também se sente com capacidade para jogar noutro patamar?
-Claro que trabalho todos os dias para jogar ao mais alto nível numa liga profissional em Portugal. Espero um dia conseguir, já me consegui estrear na I Liga, quando estava no Chaves. Infelizmente, as coisas não correram como queria, mas quero voltar a esse escalão. Na altura, cheguei a fazer dois jogos pela equipa principal, no clube da minha cidade e do meu coração.
E que jogadores mais o têm impressionado durante esta metade de época?
-A Liga 3 é uma liga muito competitiva, com excelentes jogadores, mas quem mais me impressionou foi o Tamble. Vi alguns jogos do Felgueiras pelo Canal 11 e ele fez muitas vezes a diferença. Teve uma época difícil no S. João de Ver, devido a uma lesão grave, e agora fez o que fez; há que dar valor. É um exemplo para qualquer jogador da Liga 3.
A última vitória teve também o condão de consolidar o Lourosa no segundo lugar e deixou a equipa a uma vitória de garantir, praticamente, a fase de subida. Qual foi a chave para o último triunfo?
-A chave foi o trabalho. Não estávamos numa boa fase, não conseguíamos vencer há três jogos, mas a equipa nunca desanimou, acreditou que a vitória ia chegar e a paragem do Natal fez-nos bem. Felizmente, conseguimos vencer num campo muito difícil como é a Trofa, onde ninguém ainda tinha vencido esta época. Agora queremos vencer o Canelas para conseguir o objetivo de ficar nos quatro primeiros lugares.
Quem são os principais favoritos a subir à II Liga?
-Felgueiras, que está a fazer um excelente campeonato e a Académica também. Mas na próxima fase vai começar tudo do zero e logo se vê quem será mais forte.
E como se definiria na forma de jogar?
-Costumo jogar mais a extremo esquerdo. Sou um jogador desequilibrador, não preciso de muito para chegar à área adversária e tenho facilidade de remate.
Natural de Chaves, Mika Borges viveu no clube da sua terra um dos momentos mais marcantes, na temporada 2018/19, quando se estreou na I Liga frente à B SAD, no Jamor. O avançado, de 26 anos, que esteve mais de dez ligado aos flavienses, também jogou uma época pelo Benfica, onde foi companheiro de Rúben Dias, Renato Sanches, Guga, João Carvalho e Diogo Gonçalves, entre outros.
Na temporada passada chegou a Lourosa, onde foi apresentado como Cavani, pelas semelhanças no cabelo, e destacou “a subida à Liga 3 como um momento a recordar.” Sem ter no uruguaio uma referência, Mika elege Cristiano Ronaldo como a maior fonte de inspiração. “A alcunha Cavani foi só mesmo pelo cabelo, mas, passado um ou dois meses, fartei-me e cortei. O meu ídolo é o Cristiano Ronaldo pela maneira como trabalha, como conquista tudo e nunca desiste”, revelou, sem hesitações.