Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Braga, em conferência de antevisão ao jogo com o FC Porto, a contar para a oitava jornada da I Liga.
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Que expectativas tem para o jogo: "Fizemos um jogo menos conseguido na Liga Europa. Sofremos um pouco neste jogo o que o FC Porto sentiu também na Noruega. Na altura, pouca agressividade e sofremos um pouco também nesse jogo da falta de agressividade e de intensidade para podermos estar ao nosso nível e ter somado pontos. Temos três pontos em dois jogos, estamos à frente de equipas do Manchester United e FC Porto e vamos seguir o nosso caminho. Quanto ao campeonato, vimos de três vitórias consecutivas, com nove golos marcados e um sofrido. Temos um jogo com o FC Porto, grau de exigência máxima, dos jogos mais difíceis do campeonato, porque sabemos que nesse estádio é muito difícil jogar e poucas equipas lá vencem. É um desafio muito difícil mas gostamos de desafios difíceis. Vamos à luta pelos três pontos, sabendo que vamos ter um jogo muito difícil. Queremos recuperar os jogadores, que é importante, tivemos a viagem. São as dores de crescimento do Braga, que anda nestas competições e gosta de andar nelas e destes jogos."
Ausências de João Moutinho, Zalazar e Paulo Oliveira: "Não sou de me lamentar e antes dos jogos estar a falar de algo que possa… Acima de tudo quero dar confiança aos jogadores que estão. Temos uma equipa extremamente jovem, com muitos jogadores entre os 19 e os 21 anos. E vários jogadores têm jogado no onze inicial. Infelizmente os jogadores mais experientes fundamentalmente do meio-campo, o Moutinho, que é dos jogadores mais experientes em Portugal, e o Zalazar, que é internacional uruguaio, não têm estado presentes. Num plantel que não é muito extenso, que tem praticamente dois jogadores por posição, gostaríamos de estar com toda a gente. Não estão, emergem outros. Temos ido à luta e temo-nos saído relativamente bem tendo conta as ausências, a densidade competitiva, a juventude e inexperiência. A equipa tem sabido corresponder, com um ou outros deslize absolutamente normal. Vai parar o campeonato e estou convencido que para o jogo da Taça, o Paulo, o Zalazar e o Moutinho estarão aptos e o Bambu também não vai demorar muito a estar recuperado."
Se juventude explica ansiedade da equipa: "Os erros diante do Olympiacos foram cometidos por jogadores experientes. São erros que Fazem parte do jogo, embora não seja muito normal na nossa equipa. Aconteceram situações que não aconteceram no passado e tiveram um peso muito grande na segunda parte. Há uma coisa que é habituação. A habituação de jogar num campeonato no qual se joga uma vez por semana e se empata, perde ou ganha e se perder dois ou três jogos é normal se depois se vencer o próximo, e a outra é ingressar num processo no qual se tem de ganhar todos os jogos. Parece uma coisa muito simples, mas por um jogador no máximo a jogar no domingo e voltar a pô-lo na quinta-feira... Isto chama-se habituação a este processo e â exigência da alta competição e estas coisas precisam de tempo, principalmente para os jogadores que não estão tão habituados, pois é o poder de concentração que leva a ter esta atitude competitiva, que demora um pouco a enraizar. O FC Porto está num processo muito idêntico, com uma equipa jovem e em crescimento. Mas, claro, não gostamos que derrotas aconteçam."
Se não precisa de outra opção mais experiente no ataque: "O que tenho de ter é perceber a minha realidade, que tenho dois jovens avançados, que vieram de ligas diferentes. O Roberto veio da terceira liga espanhola e foi convocado para a Seleção sub-21. Os jogadores começam a subir escadas e a progredir. Quando chegámos, o Abel Ruiz estava na sombra do Paulinho e depois assumiu-se, tal como Vitinha, que foi uma grande transferência do clube. O Amine e o Roberto temos a expectativa que possa acontecer a mesma coisa. Num primeiro ano podem não fazer os golos que fizeram os avançados do Braga nas últimas temporadas, Mas pela idade que têm e subindo degraus, talvez no fim da época ou na próxima estaremos a falar de jovens que vieram para cá, que não tinham experiência e que se tornaram figura. E há outros jogadores que estão na mesma situação. Neste momento estamos satisfeitos com o plantel e dar confiança ao plantel. Estamos a trabalhar bem. E, não falando nessa exposição em específico, e estamos em concordância com o presidente que, se em janeiro tivermos de reformular uma ou outra situação, podemos reformular para valorizar a equipa. Tivemos uma mudança de ciclo e acreditamos que vamos crescer. Estou muito satisfeito com a equipa e com o compromisso."
Boa exibição com o Rio Ave e depois derrota com o Olympiacos: "No final do jogo falei com os jogadores e voltei a falar quando chegamos da Grécia. Fiz sentir a mudança que tem de haver na cabeça da maior parte dos jogadores, uma vez que estamos num processo de alta competição e falamos em ganhar sempre e não de vez em quando. E para ganhar sempre, é preciso uma atitude competitiva forte. Uma equipa que não tem uma atitude competitiva forte, perde. Por um lado, jogarmos no Dragáo é altamente motivador, mas queremos mais do que motivação, queremos reação também. A equipa tem de reagir fortemente perante a imagem que deu no último jogo."
Se há a hipótese de optar por um esquema de três centrais: "O FC Porto tem uma equipa boa, bem trabalhada, com muitas nuances na saída atrás e nas motivações ofensivas. Tem um treinador muito estratégico e temos de estar muito atentos para poder trazer pontos. Defensivamente, é uma equipa coesa. Sofreu três golos sofridos no campeonato, nós temos três. É uma equipa equilibrada, boa. O grau de dificuldade é elevado mas isso só torna o desafio mais aliciante. O que pode mudar são as características dos jogadores. Uma coisa é jogar à direita com o pé esquerdo, como foi o Mbi, no último jogo jogámos com o João Ferreira no corredor. Não é uma situação que nos agrada muito mas pode ser passível de ser utilizada. A inclusão de três centrais de raiz será uma situação muito excecional no nosso modelo. A nossa ideia é jogar sempre a quatro."