Declarações de Carlos Carvalhal após a vitória frente ao Boavista (2-0), que valeu ao Rio Ave o quinto lugar no campeonato e, consequente, ida à Liga Europa.
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Liga Europa: "Antes de responder, gostaria de dar os parabéns aos meus jogadores, ao Rio Ave, ao presidente, ao Marco Aurélio, Edmundo, André, todo o staff. Impecáveis. Temos aqui um grupo que não é muito extenso, mas tem uma fiabilidade muito grande. Toda a gente trabalha e tem o objetivo de ajudar os jogadores a jogarem melhor e as coisas ficam mais facilitadas. Também uma palavra aos adeptos, pelo apoio: poucos, mas bons; foi assim que sentimos durante toda a época, um apoio muito grande".
Famalicão: "Depois, dar os parabéns também ao Famalicão por uma excelente época. Sou amigo do João Pedro. Tenho um grupo restrito de amigos que vão ao meu aniversário e o João Pedro faz parte desse núcleo. É um excelente treinador, fez uma época absolutamente fantástica. Creio que nós acabámos por ser mais regulares. O Famalicão começou bem e depois teve uma quebra. Nós não tivemos quebras, durante o ano. Acabámos por ser uma equipa bastante regular, mas se o Famalicão estivesse na nossa posição, seria inteiramente justo, já que o Famalicão praticou um grande futebol, o João Pedro é um grande treinador. Uma palavra de conforto para o Famalicão: somos nós; se tivessem sido eles, Portugal ficaria bem representado na Liga Europa".
Dificuldades: "Nestas alturas, a experiência vai-nos dizendo que os exemplos que acontecem nos outros podem acontecer connosco. O que disse esta semana foi o exemplo da II Liga inglesa, em que o Nottingham Forest partia com cinco golos de avanço para o Swansea, e três pontos, e bastava o empate. O Swansea acreditou até ao fim, ganhou 4-1 ao Reading e o Nottingham perdeu por 4-1. Anulou a diferença de golos e acabou por ir ao play-off. Disse-lhes que temos de ir até ao fim, até ao último segundo, fazendo o nosso trabalho".
Boavista: "Foi um jogo difícil com o Boavista, conseguimos ganhar, não houve informações, porque eu tinha pedido para não existirem informações ao intervalo, no fim já havia informações. Cinquenta e cinco pontos, o máximo do Rio Ave era 51. Foi uma época fantástica, o melhor registo fora de casa da história, nove jogos sem perder, que iguala outro recorde, de Félix Mourinho. Mesmo a vencer, nunca quisemos jogar cá atrás, com uma intenção clara de não gerir o resultado, mas de fazer o segundo golo".
Pedido de demissão ao presidente: "É um acesso à Liga Europa com um futebol de grande qualidade, com grandes jogadores, mas fico com um amargo, porque esta equipa teria merecido ir à final four da Taça da Liga. Cheguei a pedir a minha demissão, o presidente não aceitou. Senti-me extremamente magoado com o futebol português, com esse assunto, mas não deixo de recordar, devíamos ter lá estado".
Sobre os 55 pontos e acesso à Europa: "Quando definimos um objetivo de longo prazo, em Portugal ou noutros países, é uma falácia. Depois são as expectativas. "Disse que ia à Liga Europa e está em sétimo'... Há algum jogo de palavras durante a semana que tem influência nos adeptos e se repercute no rendimento dos jogadores. Por isso, não prometo nada, a não ser a ambição máxima de tentar vencer todos os jogos. Quanto a dar o máximo, os jogadores foram inexcedíveis nisso, não tenho um único jogo com queixas quanto à atitude. Jogámos melhor e pior, mas sempre com nível elevado".
Paragem devido à pandemia: "Fomos das equipas mais prejudicadas pela pandemia, estávamos num momento muito alto. Com aquela paragem, tivemos de fazer um reiniciar, nem correu da melhor maneira ao início".
Sobre o interesse do Flamengo: "Claro que estou satisfeito, nunca na vida tive tantas oportunidades em mão. Tenho várias, em Portugal, em Inglaterra e noutros países, é melhor não falar. Estou muito feliz com isso. É também, no fundo, a repercussão de uma época de grande qualidade. Querem que transporte o conceito do Rio Ave para esses clubes. Vou hibernar, depois vou falar com as pessoas à minha volta e ver o que vai acontecer".