Carvalhal e a continuidade dos projetos: "Foi um sintoma de maturidade do presidente..."
Treinador do Braga ouviu com agrado as declarações recentes de António Salvador, que voltou a garantir a continuidade da equipa técnica até ao final da época. Sobre uma eventual renovação, referiu que não é altura para se falar disso
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Resposta da equipa após a derrota com o Vitória: "Ficámos tristes pelo último jogo, mas já fizemos o nosso período de luto e reagimos como temos de reagir. Isso foi visível nos treinos, com uma semana muito intensa. Vamos defrontar um adversário difícil. Temos utilizado muito a expressão matar borregos e já matámos vários; fizemos coisas que estavam a demorar a ser feitas. É um pequeno borrego contra um adversário valoroso."
Saída de Diogo Leite do onze e alteração da linha de três na defesa: "A situação não teve a ver com o Diogo Leite, mas sim com o Tormena, um jogador com velocidade para chegar aos corredores laterais, porque o adversário jogava com dois nas faixas. Quisemos fazer uma linha de quatro para chegarmos às faixas laterais em termos defensivos, porque em termos ofensivos não mudámos."
Mais atento ao Benfica ou ao Gil Vicente: "Olhamos para nós próprios e queremos dar o máximo em cada jogo. No final do campeonato, o nosso posicionamento será a expressão do que fizermos. Queremos chegar o mais longe possível."
Razão para a derrota no dérbi minhoto: "Abusámos do jogo direto. A bola passou dos nossos defesas para o Vítor [n.d.r. Vitinha] e esse não é o nosso jogo. Depois, não sentimos a superioridade numérica, porque devíamos ter circulado mais a bola, abrindo o campo; tivemos dificuldades em fazer isso, apesar de estarmos 11 contra 10. Estivemos por cima, mas sem criarmos grande impacto."
Salvador disse que o Braga devia ter mais pontos: "O presidente disse que a equipa está a fazer um excelente trabalho e foi o que mais destaquei na entrevista que deu. Se perguntarem a Sérgio Conceição, a Pinto da Costa, a Varandas, a Nélson Veríssimo, a Rui Costa, a todos eles, claro que dirão que gostariam de ter mais pontos. Todos esperávamos ter mais pontos."
Questão da renovação: "Isso não se coloca neste momento. Assinei por dois anos e pretendo ser avaliado pelo trabalho realizado no final. Nessa altura veremos a questão em função dessas duas épocas completas, fazendo um rescaldo, de maneira a sabermos se o trabalho foi bem ou mal feito."
Questão da continuidade dos projetos: "Gostaria de dar os parabéns ao Jorge Braz e à seleção de futsal que se sagrou campeã da Europa, tal como aos dois jogadores do Braga que estiveram na seleção. E o futsal é um bom exemplo de quando se acredita no trabalho, porque o Jorge Braz e a seleção andaram, salvo erro, oito ou nove anos sem ganhar nada. Não estou a mandar nenhuma indireta relativamente ao meu caso, mas sim para o panorama do futebol português. Tem que haver tempo para se realizar um trabalho e depois fazer um rescaldo; continuamos a ter muitas chicotadas psicológicas. Alguém disse que os treinadores perdem mais vezes do que ganham. É preciso saber ganhar e ter estabilidade, isto é, se se acredita nas pessoas e nos projetos. Recebi sempre a confiança do meu presidente. Num momento em que vacilámos e estávamos limitados de opções, como aconteceu nos jogos com o Boavista e o Vizela, o presidente veio a público dizer que eu ficava até ao fim da época. Foi também um sintoma de maturidade do presidente, que entende que é preciso dar tempo. Foi um bom exemplo do presidente."