Carlos Carvalhal no lote dos mais resistentes: só ficará atrás de Jesualdo e Abel
António Salvador disse há cerca de um ano que pretendia renovar com Carlos Carvalhal, mas o assunto nunca avançou. Há dias lembrou que o projeto com o atual técnico era para... dois anos.
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Garantido até ao fim da época por mais do que uma vez, Carlos Carvalhal vai entrar no lote de treinadores do Braga com mais tempo seguido no cargo na era de António Salvador como presidente do clube minhoto.
Desta forma, só Jesualdo Ferreira, com três temporadas e dois meses, e Abel Ferreira, com duas épocas e um mês, ficarão à frente do atual treinador. Cumprindo-se o contrato, Carvalhal igualará Domingos Paciência, também com duas épocas completas no banco arsenalista.
Na entrevista do presidente do Braga à CNN Portugal, concedida esta semana, António Salvador afastou o cenário de quebra de confiança em Carlos Carvalhal, mas admitiu que esperava ter mais pontos no campeonato e que o objetivo esta temporada era o de chegar às finais da Taça de Portugal e Taça da Liga.
Com mais quatro meses de competição pela frente, e tendo a equipa ainda a possibilidade de continuar na Liga Europa (o play-off com o Sheriff Tiraspol vai começar a ser jogado na próxima semana), o tema da continuidade do treinador tem sido tratado com pinças, embora com sinais que apontam para o fim da ligação quando a época terminar.
Desde logo pela ausência de proposta de renovação, isto depois de António Salvador ter revelado, há pouco mais de um ano, em entrevista a O JOGO, que pretendia propor a Carlos Carvalhal a extensão do vínculo. A verdade é que nenhum passo foi dado nesse sentido e, face ao rendimento ziguezagueante do Braga esta temporada, o cenário dificilmente terá pernas para andar.
O próprio treinador também tem fintado a questão nas conferências de Imprensa, dizendo não estar preocupado com o assunto, ao mesmo tempo que vai lembrando que tem cumprido os objetivos propostos pela administração da sociedade desportiva, com especial destaque para o lançamento de jogadores da formação na equipa principal.
Certo é que o tema domina as atenções dos adeptos, com a expectativa crescente de se saber quem poderá assumir os destinos da equipa na próxima época.
Quase a completar 19 anos como presidente do Braga, António Salvador trabalhou com 20 treinadores, incluindo-se aqui alguns que assumiram a equipa de forma interina. Curiosamente, o que passou mais tempo seguido no banco foi a primeira escolha do presidente, que três semanas depois de ter iniciado funções trocou o espanhol Fernando Castro Santos por Jesualdo Ferreira.
A época 2019/20 foi a que teve mais técnicos no banco (Sá Pinto, Rúben Amorim, Custódio e Artur Jorge) e revelou-se uma das mais produtivas (terceiro lugar e conquista da Taça da Liga).