Declarações em conferência de imprensa após o jogo Braga - Gil Vicente (0-1), da quinta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Braga
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Carlos Vicens (treinador do Braga): “Foi a primeira derrota da época num jogo difícil. Não começámos mal, mas depois não tivemos o controlo que desejávamos e a equipa não conseguiu criar. Sofremos o golo na última jogada da primeira parte, o que nos condicionou mais na segunda parte. A equipa deixou a pele, trabalhou e quis chegar ao empate, mas também nos expusemos a possíveis contra-ataques. Temos pena de não ter oferecido a vitória aos adeptos, mas é a jornada cinco, temos todo o campeonato pela frente, temos que continuar a trabalhar. Viemos de um grande esforço no verão para começar bem o campeonato e qualificarmo-nos para a fase de liga da Liga Europa. Esse objetivo cumpriu-se, mas isso e as vitórias nas duas primeiras jornadas não nos podem deixar satisfeitos. Incapacidade de criar oportunidades na segunda parte? Nestes jogos temos que estar perto da área adversária, tentar ter o controlo do jogo que não tivemos na primeira parte. Com o Ricardo Horta tivemos mais gente na área e só nesse momento tivemos a sensação de que algo podia acontecer. Temos que trabalhar para que isso aconteça mais vezes. Pensei que o futebol nos ia sorrir um pouco mais hoje do que nos jogos anteriores. Não conseguimos o empate que era o mal menor. Procuraremos soluções para que a equipa renda mais já no próximo sábado para tentar ganhar. Os adeptos não estão contentes quando jogas em casa e perdes, é normal. Queremos dar alegrias aos adeptos, que é o que merecem, só tenho palavras de agradecimento porque nos tem apoiado muito. Se me sinto mais pressionado para ganhar o dérbi no sábado? Não, pressionado, não. Vamos preparar bem a equipa nestes dias, tentar recuperar alguns jogadores que estejam tocados, vamos ver a extensão da lesão do Paulo [Oliveira], e trabalhar duro para continuar a melhorar, polir detalhes para, no sábado, ir a Guimarães e ganhar".
César Peixoto (treinador do Gil Vicente): “Foi uma vitória justa com duas partes diferentes. Na primeira parte, criámos bastantes situações e podíamos ter feito mais golos, fomos fortes em ligar jogo e bem organizados. O Braga sentiu necessidade de quebrar o jogo. Na segunda parte, o Braga foi apertando, tem qualidade e bons jogadores e tivemos que nos aguentar num bloco mais baixo, embora bem organizados. O Braga criou uma ou outra situação, mas não muitas e, de uma forma diferente, também podíamos ter feito golo em transições. Estivemos organizados e cumprimos o plano à risca, soubemos sofrer juntos. Parabéns à minha equipa, foi uma vitória justa de uma grande equipa, com formas diferentes de estar. (Quatro jogos, em cinco, sem sofrer golos) Isso é extremamente importante. A nossa ideia de jogo é ter bola, mas as equipas para poderem arriscar também têm de estar confortáveis na organização defensiva. Sabíamos que nestas equipas, quando não ganham, a ansiedade é maior. Com o decorrer do tempo podia acontecer, mas não delineámos a estratégia à espera dessa ansiedade, que é inerente a uma equipa com a grandeza do Braga. (Melhor arranque de sempre). É cedo para ambicionar algo mais [do que a permanência]. Já jogámos com o FC Porto, agora com o Braga, estamos com os pés bem assentes na terra porque no futebol quando achámos que está tudo bem rapidamente as coisas começam a descer”.