Carlos Pereira e a operação Fora de Jogo: "Um clube desta dimensão tem muito papel para analisar"
A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a realização de buscas em diversas sociedades de clubes de futebol, dirigentes, escritórios de advogados e agentes intermediários, no âmbito da operação Fora de Jogo.
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O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, afirmou que o clube "colaborou" com a Autoridade Tributária nas buscas realizadas no complexo desportivo verde rubro, no Funchal, e que pretende um futebol mais "transparente".
"Um dia diferente. É uma obrigação da Autoridade Tributária e não nos cria nenhum problema recebê-los, colaborar com aquilo que eles entendam que deve ser e um clube desta dimensão tem muito papel para ver e analisar, mas, com a nossa colaboração, tudo se tornou muito mais fácil e, se calhar, muito mais rápido do que se previa", disse aos jornalistas presentes no complexo, em Santo António, em declarações reproduzidas na RTP-Madeira.
A "visita surpresa" não causou nenhum "receio", de acordo com o dirigente, que confirmou também buscas na sua casa, e comentou que tudo foi mostrado "com tranquilidade". "Sim, passaram pela minha casa. Uma visita na minha casa, uma visita aqui, normalíssimo. Tudo foi mostrado com a maior tranquilidade e transparência como esta instituição já habitou. Queremos contribuir para que o futebol seja mais transparente e equilibrado e para que também seja um futebol menos fora de jogo"
Carlos Pereira lembrou que é uma operação de "dimensão nacional", que envolve transferências, sem querer revelar nomes de pessoas envolvidas, por não ser "lógico nem ético" e revelou o que deseja ver no futebol português. "Não seria legítimo e ético falar dos nomes envolvidos. Tem a haver com clubes e com a transferências. É uma operação de dimensão nacional"
"Não há nenhuma razão para esconder o quer que seja. O que queremos é contribuir para que haja um futebol mais transparente, um futebol mais equilibrado e um futebol menos fora de jogo", vincou.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a realização de buscas em diversas sociedades de clubes de futebol, dirigentes, escritórios de advogados e agentes intermediários, no âmbito da operação Fora de Jogo.
Segundo a PGR, a operação denominada 'Fora de jogo' levou à constituição de 47 arguidos, 24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares.
Entre os arguidos contam-se "jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos", especificou a PGR, sublinhando que "em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais".