Carlos Carvalhal muito crítico em relação ao ambiente pouco saudável que se vive no futebol português, especialmente entre treinadores.
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Carlos Carvalhal exigiu mais respeito entre os treinadores e os diversos agentes do futebol e mostrou-se muito crítico em relação ao ambiente que se vive atualmente no futebol português, sobretudo depois do que se passou no Municipal de Braga, na última jornada, após Hugo Viana, do Sporting, ter confrontado um comentador afeto ao clube minhoto, e também na sequência das peripéicas no jogo entre o Moreirense e o FC Porto.
"Fui educado no sentido de haver um respeito muito grande entre os profissionais de futebol. Lembro-me do exemplo de Vítor Oliveira... Tem de haver uma relação cordial entre os treinadores. No final de cada jogo deixámos de ser adversários. Temos muito a melhorar. Alguns [treinadores] estão mais focados em olhar para os adversários do que para o jogo. Estive em Inglaterra e, salvo raras exceções, convivi sempre no final dos jogos com os treinadores adversários, partilhando um copo de vinho e uma conversa. Temos de perceber que quando acaba o jogo já não há nada a fazer. Não estou a criticar ninguém em especial. O que sei é que não se pode continuar assim. A Liga tem de ser implacável. Da minha parte, vou falar brevemente com José Pereira, da Associação Nacional de Treinadores, que tem de tomar uma posição", afirmou o treinador do Braga.
Carlos Carvalhal considerou ainda que esta época está a exceder todos os limites do razoável em termos de relacionamento entre certos clubes. "Já assisti e senti animosidade por parte de outros treinadores. Não é admissível, não é normal. O futebol em que cresci, do Manuel José, do Vítor Oliveira, do Quinito, isto era completamente impossível. Pode haver uns 'mind games' antes dos jogos, tudo bem, mas as provocações não são normais. Se continuamos assim, daqui a pouco vamos andar todos à porrada. Estou a dizer isto e não me coloco de fora, também estou incluído no lote".
Convidado a divulgar uma ou duas ideias para tornar mais saudável o futebol, o treinador da equipa minhota falou na necessidade de haver "respeito e ética" entre todos. "Não há proposta que valha... Os treinadores não podem ser inimigos. Não há multa que vá resolver isto. Não entendo, mas esta época tem havido situações destas de forma regular".