Carlos Alberto chegou ao FC Porto e ficou espantado: "F..., o tipo vai de fato e gravata"
Carlos Alberto marcou este domingo presença no programa "FC Porto em casa". A oportunidade ideal para recordar a conquista da Champions em 2004, ele que marcou o primeiro golo da final com o Mónaco, ganha pelos dragões por 3-0.
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Do plantel quem vestia melhor? "Não havia dúvida, o Ministro (Costinha). Quando cheguei disse 'f...', o tipo vai de fato e gravata. Estava a chegar e fui treinar, quando regresso a minha roupa estava pendurada e puseram preço de um ou dois euros. E colocaram uma roupa nova. O Costinha era o mais elegante, dizia que quando crescesse ia vestir assim"
Porque saiu e não ficou mais tempo: "Tinha feito o Mundial de Clubes [Taça Intercontinental] conhecia Kia Joorabchian. Falar depois do que aconteceu é fácil. Mas fui para um grande projeto também. Queria ficar mais tempo na Europa, mas tinha os meus sonhos e família. A proposta era muito boa. Fui conversar com Pinto da Costa e ele disse 'filho, vai ser feliz'. O FC Porto tinha perdido muito, o que MSI ofereceu, o FC Porto não podia. Se pagassem um pouco menos, eu tinha ficado. Estava identificado, tinha tudo, mas era preciso jogar, se não a pressão era forte. Gostava de ter ficado um pouco mais, mas fui para o Corinthians, consegui voltar à seleção. O Mourinho dizia que se ficasse mais dois anos com ele que partíamos aquela merda toda; mas para ir para o Manchester tinha de ser vaga extracomunitário".
NÃO SAIA DE CASA, LEIA O JOGO NO E-PAPER. CUIDE DE SI, CUIDE DE TODOS
História: "Um dia voltei atrasado das férias e sabia que os jornalistas iam chatear-me. Pensei: 'vou ter de falar alguma coisa, vou falar em inglês ou alemão...' Mas não sabia falar. Era a minha estratégia para sair das dificuldades, com bom humor. Tenho dois filhos atualmente e conto-lhes essas histórias, mas eles sabem quem é o Maniche, o Deco... Se não fosse a pandemia tinha ido ao Porto para eles verem a história que o pai fez".
Equipa campeã da Europa: "Foi a melhor onde joguei tecnicamente e nunca tive um ambiente assim. Fui sozinho para Portugal, mas dizia sempre aos meus pais que estava em família. Nunca estava sozinho. Um dia estava sair do centro de treinos e o Mourinho perguntou para onde ia. Respondi: 'vou para casa'. E ele perguntou se estava lá alguém. Disse que não e ele levou-me a almoçar a casa dele. Conheci a família toda, os miúdos, que agora estão grandes. Quando eu me excedia eles chamavam a atenção, o Bicho o Ministro, o Deco... E quando o burro mais velho fala o burro mais novo baixa a cabeça".