Candidatura à presidência do Benfica com polémica: "Ainda não estamos na Venezuela"
Bruno Costa Carvalho apresenta-se como candidato. Tem 18 anos de sócio, mas estatutos exigem 25.
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Bruno Costa Carvalho anunciou ontem a sua candidatura à presidência do Benfica, cujas eleições serão realizadas em outubro. Com 18 anos de sócio, o empresário, que se propõe a enfrentar novamente nas urnas Luís Filipe Vieira, depois de ter sido candidato em 2009, depara-se contudo com os estatutos do Benfica. Alterados em 2010, estes definem, segundo o ponto 2 do artigo 61.º, que "o presidente da Direção terá obrigatoriamente pelo menos 25 anos ininterruptos como sócio efetivo, concomitantes com a data da eleição".
"Já fui candidato [até 2009, os estatutos definiam como exigência apenas cinco anos de sócio para a candidatura] e a partir daí tenho o direito a ser sempre. Não está definido nos estatutos, mas é uma regra", sublinha Costa Carvalho a O JOGO. Perante a sua vontade de ir a votos, terá de ser Luís Nazaré, atual presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) das águias, a decidir a questão, pois é a este, e segundo os mesmos estatutos (no ponto 3 do artigo 58.º, sobre "actos eleitorais"), que compete "admitir as candidaturas, verificar da sua regularidade".
"Há condições para uma apresentação às eleições e são os estatutos que definem essas condições. Regra? É observável por qualquer cidadão olhando para os estatutos do Benfica"
Resguardando-se sobre o assunto, Luís Nazaré deixa a entender a O JOGO, porém, que Bruno Costa Carvalho terá vida difícil. "Há condições para uma apresentação às eleições e são os estatutos que definem essas condições", afirma. E confrontado com a regra que Bruno Costa Carvalho aponta, esclarece que "a regra é observável por qualquer cidadão olhando para os estatutos do Benfica". Frisando que este "não é o momento" para se pronunciar "sobre intenções", o presidente da MAG sublinha: "Quando for a janela própria para a apresentação de candidaturas a Mesa da Assembleia Geral dirá quais as candidaturas que estão à luz dos estatutos e quais não os observam."
Depois de Rui Gomes da Silva, agora também Bruno Costa Carvalho se apresenta à corrida. E sobre a questão dos estatutos, garante ter-se preparado. "Consultei os meus advogados antes de avançar com o processo. Parece-me impensável não ser candidato agora. Não vejo que não seja possível não me candidatar", atira, apontando o dedo também a Luís Filipe Vieira. "Nas eleições seguintes à alteração de estatutos ele também não cumpria [as condições], foi candidato porque era presidente. Ele foi abrangido e estamos todos no mesmo barco. Isso é para pessoas que nunca entraram neste processo. Fui candidato em 2009, mal era que não pudesse ser candidato 11 anos depois. Era ridículo. Ainda não estamos na Venezuela", dispara.
Esta quinta-feira, deixou uma mensagem nas redes sociais, explicando os motivos que o levam a candidatar-se, num texto que pode ler abaixo.
https://www.facebook.com/bruno.carvalho.963434/posts/10219774434410328