Manuel Cajuda identifica o que correu mal no plano do técnico minhoto, que, pela primeira vez, apostou no 3x4x3 e foi goleado. O treinador, que orientou Artur Jorge em Braga, defende que mudar a forma de jogar da equipa em função do adversário "é um risco psicológico para os jogadores", como se comprovou em Alvalade.
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Dos 34 golos que o Braga encaixou este ano, em todas as competições, 13 foram marcados pelo Sporting em apenas três jogos. Ou seja, 38 por cento dos golos sofridos foram contra os leões, facto que Manuel Cajuda apelida de "anormalidade", atendendo a que o Braga "tem uma defesa com poucos momentos de irregularidade" e "dá gosto" ver jogar.
O treinador, que orientou o Braga em 271 jogos e que dirigiu Artur Jorge em seis épocas, diz que estará "sempre do lado" do ex-central, mas reconhece que "a mudança de sistema em Alvalade não foi feliz." O técnico bracarense apostou, pela primeira vez esta época, no 3x4x3, procurando, justificou, "ter uma equipa com mais amplitude atrás para controlar a largura e o jogo interior do Sporting."
Manuel Cajuda admite que "esta não é a zona de conforto do Braga" e explica o que terá acontecido: "Quando uma equipa muda a sua forma de jogar por causa do adversário, é um risco psicológico para os jogadores, que pensam: "vamos mudar por causa deles e para uma coisa que não é o nosso ADN?"", observou, recordando que "mudava muito pouco, mesmo contra os grandes", e que nunca foi "apologista da mudança de sistemas", mas, antes, de "alterar as missões dos sistemas."
O técnico, que fez 507 jogos na I Liga, defende também que "mudar por causa do adversário é meio caminho para dizer aos jogadores que os outros são melhores." "Não critico a mudança, mas a verdade é que não resultou", aponta. "Mas, se olharmos para os dois jogos dos 5-0, o que teve influência nos resultados foram mais os erros individuais do que os coletivos, principalmente nos primeiros golos de cada goleada. O Braga cometeu erros individuais que mancharam o coletivo", resume.