Óliver: "Era com uma equipa dos distritais, mas para mim foi como a final da Champions"

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Fábio Poço/Global Imagens
Médio do FC Porto falou sobre o regresso à titularidade em Vila Real, jogo que lhe abriu, em definitivo, as portas do onze.
Óliver é o protagonista da revista Dragões de novembro e falou sobre o regresso à titularidade no FC Porto, que aconteceu na goleada frente ao Vila Real (6-0) para a Taça de Portugal. O espanhol, que somava poucos minutos com Sérgio Conceição até esse jogo, explicou o que foi preciso mudar para chegar à sua "melhor versão".
"É importante, quando não estás a jogar, agarrares a oportunidade que te dão como se fosse a última. Falo do jogo com o Vila Real, porque foi aquele em que comecei esta série de jogos a titular. Era um jogo com uma equipa dos distritais, mas para mim era como se fosse uma final da Champions. Encarei-o assim, trabalhei a semana toda pensando que tinha que fazer um bom jogo, que tinha que desfrutar, que tinha de me sentir bem e regressar a casa feliz. Consegui fazer isso e mesmo que não continuasse a jogar, já estava feliz com isso, em sentir-me bem, em poder ajudar a equipa, sentir-me bem comigo mesmo", atirou, antes de abordar a relação com Sérgio Conceição.
"A comunicação entre o jogador e o treinador é muito importante, às vezes o jogador vê o futebol de uma maneira, o treinador vê de outra e é importante os dois discutirem pontos de vista para ver o que é melhor e tirar coisas positivas. Os treinos também são muito importantes e, mesmo quando na época passada não jogava tanto como titular, cada treino para mim era muito positivo, porque melhorei e penso que hoje sou melhor jogador do que era há dois anos", afirmou.
Porém, esta titularidade, explica Óliver, é fruto de "muito trabalho em silêncio". "Nunca me queixei, não gosto disso, porque como já disse anteriormente, somos uns privilegiados por poder estar aqui. É claro que queres jogar mais, estar em campo para ajudar a equipa, mas também podes ajudá-la fazendo bons treinos, treinando forte para que o companheiro que joga na tua posição saiba que tem que estar forte. Mas como disse, é preciso muita cabeça, muita mentalidade, a família também é muito importante, namorada, amigos... Tudo tem que ajudar, porque às vezes é doloroso chegares a casa e não quereres falar com ninguém. Afinal de contas, o futebol é a minha vida, é o que me faz mais feliz e, quando as coisas não correm bem, tens que procurar outros motivos de alegria que possam puxar-te para cima... Cada vez que terminava um jogo em que não entrava, ficava feliz porque ganhávamos, mas era complicado porque não tinha ajudado a equipa. Passava uma noite má, mas no dia seguinte já tinha muita vontade de treinar, de voltar a fazer o que mais gosto", rematou.
