Técnico acredita na conquista do troféu que lhe falta no currículo, depois de ter sido campeão e vencido Supertaça e Taça da Liga. Além da perspetiva e quase obsessão pessoal, o treinador dos encarnados pretende colocar um ponto final naquele que é o segundo jejum mais longo de conquista no Jamor da história do Benfica
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É um Benfica a morder os calcanhares ao Sporting no campeonato e com bilhete para os oitavos de final da Liga dos Campeões, já depois de ter metido no bolso o primeiro troféu da temporada (Taça da Liga) que vai voltar a entrar em ação na Taça de Portugal, uma competição que é praticamente uma obsessão para Bruno Lage dado que é a única a nível interno que lhe falta no currículo e à qual já esteve muito perto de deitar a mão.
Bruno Lage, ao volante do plantel principal dos encarnados, já venceu o campeonato (2018/19), com mais dois pontos que o FC Porto, a Supertaça (2019), ao derrotar o Sporting por 5-0, e a Taça da Liga, na época em curso, vencendo os leões nas grandes penalidades após o 1-1 no tempo regulamentar. Falta-lhe a Taça de Portugal, prova na qual, na edição em curso, o Benfica já eliminou Pevidém (0-2), Estrela da Amadora (7-0) e Farense (1-3), todos já sob as ordens do sucessor de Roger Schmidt.
O treinador setubalense até já andou perto do Jamor. Em 2019/20, conduziu o Benfica até à qualificação para a final da prova, mas o chicote estalou antes da final. Nélson Veríssimo orientou a equipa nesse jogo decisivo, diante do FC Porto, que os dragões venceram (2-1). A Taça ficou-lhe atravessada na garganta e Bruno Lage está focado em conduzir as águias até à final no Estádio Nacional e, acima de tudo, à festa da conquista da prova-rainha do futebol nacional.
“É um título importante, e vencer dá-nos essa possibilidade de seguir em frente para conquistar o título que o Benfica já não vence há algum tempo”, afirmou Bruno Lage a 15 de janeiro, após o triunfo por 3-1 sobre o Farense, na ronda anterior da competição. Aliás, quatro dias antes, nos festejos da conquista da Taça da Liga, o treinador dos encarnados já tinha avisado ao que vinha. “Foi com este objetivo que eu regressei. Prometi a mim mesmo que tinha de reescrever o final da história e a história no Benfica escreve-se com títulos. É juntar mais um”, disse.
Para levantar o troféu na tribuna de honra do Jamor, o Benfica terá de superar, quarta-feira, o Braga, que foi precisamente a última equipa nacional a vencer no Estádio da Luz (1-2). Se o conseguir, terá ainda de superar o vencedor do Elvas-Tirsense e sair por cima no último embate da competição. Em caso de êxito completo, colocará um ponto final no segundo maior jejum de conquistas da Taça de Portugal do longo historial de títulos do emblema da águia. A última Taça de Portugal angariada para o Museu Cosme Damião foi em 2016/17 com Rui Vitória (2-1 sobre o Vitória de Guimarães) e desde então passaram-se sete edições em branco, sem qualquer êxito, como sucedeu entre 1995/96 e 2003/04. Mas o maior jejum é de nove anos, entre 2003/04 e 2013/14.
Século quase sempre a ver os rivais a fazerem a festa
O Benfica ainda é o recordista em conquistas da Taça de Portugal, com um total de 26, perseguido pelo FC Porto, com 20. Porém, a tendência de vitória esbateu-se desde o arranque do século, tendo os adeptos benfiquistas quase perdido o gosto aos feitos passados na prova. Em 24 edições, a águia apenas voou mais alto em três anos, tendo os dragões deitado a mão a dez troféus, enquanto os leões fizeram a festa em cinco. Aliás, desde que venceu em 2016/17, o clube da Luz apenas logrou marcar presença em duas finais, uma perdida para o FC Porto (2020) e outra para o Braga (2021) de... Carlos Carvalhal, o atual técnico dos arsenalistas.