Forte a tirar adversários do caminho, o extremo destaca-se pela maturidade e velocidade com que define e desequilibra. Foi um dos campeões europeus de sub-17 e é craque também nos estudos.
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O jogo com o Estrela Vermelha, que resultou na terceira vitória do Braga em outros tantos encontros na fase regular da Liga Europa, não vai sair da memória de João Aragão. Após duas presenças no banco nos jogos com o Feyenoord e Celtic, o extremo de 17 anos viu o sonho realizar-se e, no período de compensações, estreou-se pela equipa principal dos arsenalistas, após vários dias a trabalhar com Carlos Vicens. Ainda que tenha sido mais simbólica do que para fazer a diferença - o camisola 72 entrou aos 90"+3" e não chegou a tocar na bola -, Aragão viu anos de trabalho serem recompensados. "Sem palavras para descrever a enorme felicidade de estrear-me por este magnífico clube, ainda por cima com uma vitória! Agora é trabalhar cada vez mais porque não quero ficar por aqui!", escreveu numa publicação nas redes sociais.
Extremo de raiz, João Aragão, natural de Coimbra, nasceu em março de 2008 e iniciou a formação na Académica, passando depois pelo Núcleo Sportinguista de Ançã antes de rumar ao Feirense, na época 2020/2021, mudando-se, dois anos mais tarde, para o Braga. As boas exibições pelos guerreiros do Minho - disputou um ano de sub-15 e dois de sub-17 - levaram-no a ser convocado para o último Europeu de sub-17, que Portugal conquistou.
Desequilibrador e um autêntico "espalha-brasas", João Aragão é dotado tecnicamente, pode jogar nos dois flancos e é forte no um para um. Fora dos relvados, brilha nos estudos. Atualmente no 12.º ano, o extremo, o segundo jogador mais jovem do Braga a estrear-se nas competições europeias, apenas atrás de Roger, é um aluno exemplar e chegou a levar os livros durante a competição por Portugal para preparar os exames nacionais. Apaixonado por Matemática e Físico-Química - tem média de 18 e 17, respetivamente -, prova que os livros e o futebol podem ter muito em comum, já que ambos pedem raciocínio e criatividade. "A minha família sempre me disse para não desligar da escola", afirmou a O JOGO em junho.

