A Transnístria, onde joga o Sheriff, está a cerca de 30 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, país em risco de ser invadido.
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O 158.º jogo internacional do Braga vai ser uma aventura. O clube arsenalista vai jogar pela primeira vez na Moldávia, país que faz fronteira com a Ucrânia, em risco de ser invadida por forças militares russas, e o facto de o Sheriff estar situado na Transnístria, uma região que se intitula como última república da antiga União Soviética, faz aumentar os receios.
A cidade de Tiraspol está a escassos 30 quilómetros da fronteira com a Ucrânia e a preparação da viagem que levou o Braga até à Transnístria teve naturalmente em conta as questões geopolíticas naquela parte do globo.
A UEFA, sabe O JOGO, assumiu a organização dos aspetos principais da viagem em matéria de segurança e deu a garantia ao clube minhoto de que estavam asseguradas as condições para a realização do encontro com o Sheriff.
Atendendo a que a comitiva do Braga terá de passar por dois postos fronteiriços, primeiro no aeroporto, em Chisinau, capital da Moldávia, e depois à entrada de Tiraspol, na Transnístria, a UEFA tratou de todas as formalidades e, via Sheriff, enviou documentação para os responsáveis políticos da região a atestar o motivo da deslocação dos minhotos àquela região. Em contactos estabelecidos ao longo das últimas semanas, o organismo europeu sublinhou que não há motivos para o Braga ter receios, sobretudo devido à natureza da viagem. Por outro lado, os jornalistas portugueses que acompanham os arsenalistas receberam indicações para se restringirem à cobertura desportiva, não tomando qualquer posição política ou sobre outros aspetos não relacionados com o jogo até abandonarem o território.
A Transnístria é uma região muito fechada, com militares nas ruas e constantemente "observada" por inúmeras estátuas de Lenine, principal líder da Revolução Russa, em 1917.
Além do muito frio, o Braga tem ainda de lidar com as dificuldades de comunicação com os dirigentes do Sheriff, tanto mais que apenas dois responsáveis se expressam em inglês. À espera da comitiva bracarense, composta por cerca de meia centena de pessoas, entre dirigentes, plantel e staff (sem adeptos), estará Samuel Amorim, da área de nutrição da equipa, que viajou para a Moldávia na segunda-feira, de maneira a tratar de todos os preparativos logísticos relacionados com a escolha de alimentos e preparação das refeições na unidade hoteleira em Tiraspol.