Xano, antiga grande promessa do Braga, acabou desviado do seu destino e não chegou a subir à primeira equipa, fazendo boa carreira no Aves
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Antigo jogador do Braga, coqueluche da formação no fim do século, que espreitou espaço nobre sem o ter, acabando confinado à equipa B, Xano acabou por ser levado para a Vila das Aves, onde triunfou como jogador acarinhado no clube, conseguindo pelos avenses jogar na Liga e deliciar todos pela qualidade técnica.
O antigo avançado, hoje de 44 anos, aborda o confronto entre duas equipas que praticamente fizeram a sua carreira, exceção ao capítulo final, no Merelinense, quando as chuteiras viraram recordação. Mas há distâncias para quem ocupa o estádio do Aves. "O futebol serve como uma expressão em modo de caricatura do mercado livre. Nesse sentido, o Aves SAD é, nesta altura, um clube de um dono. Um clube com donos pode ter sempre mais investimento, mas terá sempre mais dificuldades em gerar comprometimento. O Aves SAD não é o CD Aves, isso é notório no envolvimento da vila com o clube. Pessoalmente, embora compreenda que o que existe é melhor do que não haver nada, afetivamente ainda não estou totalmente imbuído no espírito do clube atual. Assim sendo, é mais fácil torcer pelo Braga neste encontro", confessa, mais animado pelos tempos recentes dos guerreiros, curvando-se a uma orquestra que apurou a sua harmonia, mas que andou desafinada.
"Acho que esta é a segunda versão do Braga. A primeira foi irritante para quem gosta de acompanhar o Braga, futebol desconexo e que, apenas, se manteve num lugar normal, a nível nacional, porque a qualidade média das equipas é baixa. Nesta última versão é uma equipa coletivamente harmoniosa. Ter ultrapassado o FC Porto, ainda que historicamente anormal, foi o normal, tendo em conta o momento das duas equipas", atira, esperando a recuperação do terceiro lugar, perdido à condição.
Braga e Aves SAD jogam este domingo, às 18h00, para a ronda 29 do campeonato.