Um golo aos 90+5", frente ao Caldas, valeu três pontos aos sadinos e um momento inesquecível ao ex-Benfica Rodrigo Pereira, 18 anos, que falou a O JOGO sobre a chegada ao Bonfim, a boa forma e os sonhos para a carreira.
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Saltando entre os juniores e a equipa principal, Rodrigo estreou-se a marcar e deu uma vitória importante ao V. Setúbal.
Chegou a Setúbal em 2020, numa altura complicada para o clube, como foi conviver com isso?
-Quando cheguei ao Vitória o clube ainda não tinha descido ao Campeonato de Portugal. Foi um susto para mim, mas encarei a situação com ambição e vontade de ajudar o clube a voltar ao patamar onde merece estar.
Qual era o ambiente que se vivia no balneário?
-Os primeiros tempos foram complicados, mas os capitães e os mais velhos disseram-nos sempre para termos calma porque as coisas se iriam resolver e para não entrarmos em desespero. Tudo se foi desenrolando naturalmente em relação à Direção e nós focámo-nos naquilo que podíamos fazer, que era dar tudo dentro de campo para honrar o nome do Vitória.
Como foi trocar a formação do Benfica pelo Vitória?
-O Benfica oferece condições que talvez poucas equipas no mundo ofereçam e eu estava ciente disso quando saí para o Vitória. Isso não fez com que mudasse a minha postura como profissional; sempre trabalhei no limite para ajudar o clube. Queria mais tempo de jogo, o que queria era jogar e o que importa é o que acontece dentro das quatro linhas.
Em Setúbal estreia-se no Campeonato de Portugal e marca, é chamado na Liga 3 e marca... A experiência tem corrido melhor do que esperava?
-Tive alguma sorte, mas a sorte trabalha-se e protege os audazes. No Benfica tive quatro anos de muita aprendizagem e no final tinha pouco tempo de jogo, ponderei sair e foi o que aconteceu. A descida do Vitória abriu muitas portas aos jovens da formação e isso ajudou-me a subir à equipa principal. Continuei a trabalhar e estava pronto para a oportunidade. Este golo contra o Caldas foi muito importante para mim e para a equipa. Estou feliz, mas quero mais. Quero mais golos, mais minutos.
Um golo no último minuto perante os adeptos é um sonho para muitos jogadores. Como foi esse momento?
-Foi especial e vou recordá-lo para sempre. Foi um golo sentido de forma diferente. Vínhamos de dois resultados menos positivos e queríamos voltar às vitórias diante dos nossos adeptos. Colegas e família ficaram muito orgulhosos e disseram que era um momento que merecia há muito.
Aos 18 anos, como é relação com os jogadores mais experientes do plantel?
-A nossa relação é muito boa, é extraordinária. Eu chego a sentir que temos uma família dentro do balneário. É muito bom falar com o Semedo ou com o Nuno Pinto e eles estarem a contar-nos, aos mais novos, histórias das carreiras deles. São palavras de quem já passou por aquilo que eu posso vir a passar no futuro e aprendo muito todos os dias.
O que podemos esperar do Vitória até ao final do campeonato?
-Podem esperar um Vitória muito ambicioso, com vontade e com o objetivo concreto de subir de divisão. Queremos dar continuidade ao nosso bom momento para terminar esta fase no top-4 e depois lutar pela subida.
Tem traçada alguma meta de golos para esta época?
-Costumo traçar metas, mas nesta época estou mais focado em ajudar a equipa. Se for com golos melhor, mas estou concentrado em continuar o meu trabalho.