Benfica reage em seis pontos: o castigo a Vieira e a decisão do Conselho de Disciplina
Presidente do Benfica foi punido com 90 dias de suspensão e, como O JOGO anunciou em primeira mão, o clube escapou a um castigo mais severo do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF)
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O Benfica anunciou esta terça-feira que vai recorrer "de imediato" do castigo, que considera de "totalmente injustificável", de 90 dias aplicado a Luís Filipe Vieira, na sequência das declarações do presidente encarnado após o desaire das águias frente ao FC Porto, na meia-final da Taça da Liga.
Em comunicado publicado no seu sítio oficial, o clube da Luz aponta aquilo que considera ser uma "óbvia dualidade de critérios", dando como exemplo "dois recentes processos em que estiveram em causa declarações do Diretor de Comunicação do FCP", Francisco J. Marques, e que "foi objeto de diferente apreciação". O FC Porto não é esquecido pelos encarnados, que ressalvam o que entendem ser uma diferença de tratamento por parte do CD ao "fingir que não ouve, lê ou sabe o que é dito" por responsáveis do clube rival, "ao contrário da perseguição oficiosa e constante" a elementos ligados ao Benfica.
Os encarnados consideram que esta decisão, tomada na fase decisiva da época, "tem claramente um carácter provocador e perturbador" e deixam fortes críticas ao Conselho de Disciplina da FPF, realçando que este "tem sido dirigido [com] total descontrolo". Por isso, e falando em "decisões contrárias em situações idênticas", o Benfica fala no "mais nefasto dos contributos" da parte desta entidade, que tem uma "ânsia permanente de ter um protagonismo de todo desajustado".
A terminar, o clube da Luz anuncia que após reunião dos órgãos sociais poderá tomar novas medidas.
Comunicado na íntegra
"Confrontados com o castigo inqualificável aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a Luís Filipe Vieira, o Sport Lisboa e Benfica informa:
1. Irá de imediato recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) por considerar totalmente injustificável este castigo, que, recorde-se, surge na sequência de declarações proferidas após o jogo da meia-final da Taça da Liga entre o SL Benfica e o FC Porto e tendo em conta uma arbitragem com erros reconhecidos pelo próprio Conselho de Arbitragem, que levou ao próprio pedido de paragem de atividade por parte do árbitro e VAR daquela partida, perante tamanho escândalo que ocorreu.
2. Denunciamos a óbvia dualidade de critérios desta decisão comparativamente a outros processos, nomeadamente no que se refere a dois recentes processos em que estiveram em causa declarações do Diretor de Comunicação do FCP, que, face a idênticas exposições nos termos legais, foi objeto de diferente apreciação por parte dos relatores daquele órgão.
3. Também denunciamos a permanente omissão de posições do Conselho de Disciplina da FPF face às constantes declarações de responsáveis do FCP como no recente exemplo do Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do clube, que considerou que tinha chegado o momento "para se fazer justiça pelas próprias mãos". Reiterando uma postura daquele órgão de fingir que não ouve, lê ou sabe o que é dito nas mais diversas plataformas por responsáveis do nosso clube rival, ao contrário da perseguição oficiosa e constante de toda e qualquer pessoa ligada ao Sport Lisboa e Benfica.
4. Esta decisão, nesta altura, fase decisiva das competições, tem claramente um carácter provocador e perturbador, por parte de um órgão (Conselho de Disciplina) pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, completamente desnecessário e ao qual saberemos responder com a serenidade exigível, deixando a garantia a todos os milhões de Sócios, adeptos e simpatizantes do Sport Lisboa e Benfica que nada nem ninguém nos fará desviar do nosso foco, que é a luta pela conquista do Campeonato.
5. O total descontrolo com que o Conselho de Disciplina tem sido dirigido, com peças processuais que recorrem a argumentos absurdos, erróneos e sem qualquer tipo de sustentação, mas, mais grave, com permanente dualidade de critérios, e em que idênticas situações têm decisões contrárias, é o mais nefasto dos contributos para uma entidade que devia pautar a sua conduta pelo mais escrupuloso rigor e não pela ânsia permanente de ter um protagonismo de todo desajustado.
6. Por último, o Sport Lisboa e Benfica remete para posterior reunião dos seus órgãos sociais a eventual tomada de outras posições que se considerem adequadas"