ENTREVISTA, PARTE II - João Carvalho, hoje no Estoril, esteve 13 anos ligado ao Benfica, tendo feito dez jogos pela formação principal. Durante esse período, foi emprestado, em 2016/17, ao V. Setúbal, pelo qual marcou um golo num empate no Dragão.
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Esteve 13 anos ligado ao Benfica e chegou a fazer dez jogos pela equipa principal. O que faltou para se assumir como titular?
-Foi um pouco falta de maturidade, era um jovem que tinha muito para crescer e fui muito bem recebido por todos na equipa A. Mas não me consegui afirmar. Acabei por não fazer parte das escolhas e dei por mim a aceitar. Hoje, isso não aconteceria.
No verão de 2018 desvinculou-se e assinou pelo Nottingham Forest. Custou-lhe deixar o Benfica em definitivo?
-Não pensei se me ia custar ou não. Não gostei de aceitar tão facilmente que ficava de fora das opções, parecia que estava demasiado confortável no clube. Então decidi sair para outro campeonato e fiquei muito feliz com a decisão. Se voltasse atrás, optava pelo mesmo caminho.
Em 2016/17, esteve emprestado ao V. Setúbal e acabou por marcar um golo no empate frente ao FC Porto (1-1). Sente que, indiretamente, ajudou o Benfica a ser campeão nesse ano?
-Talvez sim, indiretamente, embora Benfica e FC Porto tenham perdidos outros pontos, não foi ali que se decidiu o título. Lembro-me que festejei muito e fiquei muito feliz, sobretudo porque ajudei o V. Setúbal a conquistar um ponto importante. Acredito que para os adeptos esse golo possa ter um significado diferente, por ser no Dragão e por ter sido apontado por um jogador emprestado pelo Benfica.
O próximo jogo fora do Estoril é contra o Benfica. Será especial regressar à Luz?
-É sempre especial, o Benfica foi um clube muito importante na minha vida. Até posso sentir alguma coisa no aquecimento, mas, quando o jogo começar, só vou querer ganhar com a camisola do Estoril.
O inesquecível triunfo europeu
No currículo de João Carvalho consta a conquista da Liga Conferência na época 2023/24, ao serviço do Olympiacos. O médio esteve no banco e viveu de perto esse histórico triunfo da equipa grega diante da Fiorentina.
Como foi viver a conquista da Liga Conferência pelo Olympiacos?
-Foi incrível, uma emoção muito grande. Há imagens que vou guardar para sempre e vídeos que revejo muitas vezes. O Olympiacos é um grande da Grécia e lá os adeptos são mais loucos do que em Portugal. Vi pessoas agarradas a postes de eletricidade e semáforos, um ambiente fantástico.
Esteve duas épocas e meia ligado ao Olympiacos, que balanço faz dessa passagem?
-Aprendi muito, cresci em termos de maturidade e ultrapassei alguns obstáculos. Na época passada não contavam comigo e tive de trabalhar para me afirmar. Acabei por fazer parte do plantel, joguei jogos importantes e conseguimos ganhar a Liga Conferência. Foi perfeito.