Benfica estudou compra de dois clubes, mas pandemia adiou expansão: confira tudo
Dirigentes da Luz ponderaram compra do Charlton e do Almería, em processos iniciados em 2016, mas plano mudou.
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O plano de negócio do Benfica nos últimos anos não tem passado apenas pela construção de um plantel com mais qualidade e lutar por títulos, integra também apostas que permitissem potenciar as receitas e a valorização da marca fora de Portugal. Aqui se enquadra o projeto, que não saiu do papel, da compra de dois clubes, os ingleses do Charlton e os espanhóis do Almería, que não avançou devido à concorrência, tendo os encarnados adiado, no último ano, este tipo de investimento devido à pandemia, que tem colocado enormes dificuldades a todos os clubes pelo corte radical nas receitas.
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Segundo noticiou na terça-feira o Tribuna Expresso, que O JOGO também confirmou junto de fonte próxima do processo, foi entre finais de 2016 e início de 2017 que o projeto benfiquista deu os primeiros passos e com uma perspetiva que passava pela aposta em dois dos mercados mais pujantes em termos económicos a nível internacional. Charlton e Almería foram as possibilidades que se colocaram como forma de colocar em marcha nesses emblemas o modelo de gestão desenvolvido no Benfica. A título de exemplo, e tendo em conta que o Charlton militava nas divisões secundárias, o objetivo passaria pelo regresso à Premier League, valendo a promoção, à data, 120 milhões de euros em direitos televisivos.
Num cenário que arrancou com a intermediação do empresário Jorge Mendes, esta seria apenas uma decisão a ser estudada a médio prazo e não para avançar no imediato com a compra, sendo apenas uma análise de oportunidade, que não desaguou em proposta formal, embora tenham chegado a ser trocados contratos de confidencialidade e informações relativas às contas dos clubes. De referir que foi precisamente em 2017 que Domingos Soares Oliveira, CEO da SAD encarnada e principal impulsionador interno desta estratégia, que afirmou, à edição portuguesa da revista Forbes, revelou a intenção benfiquista de entrada na gestão de um clube inglês.
Estratégia dos responsáveis encarnados, com Domingos Soares Oliveira à cabeça, passava por garantir a entrada do Benfica em dois dos mercados com maior pujança económica
O Charlton seria vendido em 2019 ao fundo East Street Investments, de Abu Dhabi, mas por problemas jurídicos acabou por ser depois adquirido pelo empresário dinamarquês Thomas Sandgaard, já em plena pandemia do novo coronavírus. Se no caso do emblema inglês não foram conhecidos os montantes previstos para um eventual negócios, no processo do Almería, o clube estava à venda por 29 milhões de euros, tendo o emblema da segunda divisão espanhola sido adquirido no verão de 2019 pelo saudita Turki Al-Sheikh, que terá pago cerca de 20 milhões de euros. De referir que já este ano, os encarnados voltaram a bater à porta dos andaluzes, mas para comprar um jogador, Darwin Núñez, por quem pagaram 24 milhões de euros.