Filipe Martins, ex-treinador do Casa Pia e Estrela da Amadora, acredita que a equipa que souber lidar melhor com a pressão sairá vencedora. Recorda o peso que Akturkoglu e Samu têm nas suas equipas e garante que as derrotas nos jogos europeus não irão influenciar o desempenho das equipas no clássico
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Separados por cinco pontos, mas a três e oito, respetivamente, do líder do Campeonato (Sporting), Benfica e FC Porto esgrimem argumentos este domingo, às 20h45, no Estádio da Luz. Numa temporada em que os chamados grandes têm deixado bem vincada a sua supremacia em relação às outras equipas, os duelos entre si ganham outra dimensão e um peso superlativo. Filipe Martins, ex-treinador do Estrela da Amadora, aceitou o repto lançado por O JOGO e admitiu que os clássicos esta temporada parecem valer mais do que três pontos. “O campeonato é uma prova regularidade, mas se os chamados grandes continuarem com este ritmo, estes jogos podem ser fundamentais para atribução do título. É verdade que podem ter mais influência do que noutros anos. Como costumo dizer, são jogos que valem seis pontos”, começou por referir o treinador, recusando a ideia de que o Benfica está mais pressionado do que o FC Porto. “Sinceramente, parece-me que estão as duas equipas muito pressionadas e, se o Sporting ganhar em Braga [joga antes do clássico], pior ficarão. O Benfica está mais longe na classificação, mas tem um jogo a menos. Não me parece que haja uma pressão maior para eles em função da posição que ocupam neste momento”, reagiu, acrescentando que os encarnados poderão estar “mais pressionados por jogarem no Estádio da Luz”. “Isso sim, pode ter influência, até porque o FC Porto tem ganho muitas vezes no estádio do rival”.
Benfica e FC Porto espalharam-se na Europa. As águias, com uma exibição medíocre, perderam (1-0) em Munique com o Bayern para a Champions e o dragões deixaram fugir o empate nos descontos diante da Lázio (2-1), na Liga Europa. Terão os desaires europeus impacto no clássico? Filipe Martins não acredita. “Os treinadores jogaram nos dois tabuleiros, percebe-se até pelas opções que tomaram nas partidas europeias, tendo em conta o que iriam jogar um clássico no domingo. E a interpretação que eu faço, é que o clássico tem mais peso do que os jogos europeus. Eles não tiraram o foco da competição interna, até porque na Europa ainda há muito por decidir. Não me parece que irá haver influência psicológica ou física nas equipas pelos resultados que tiveram nas competições europeias”.
Akturkoglu e Samu podem ser decisivos
Filipe Martins não alinha em prognósticos, mas sempre vai dizendo que é preciso que as defesas tenham atenção a dois jogadores: “Efetivamente, o Akturkoglu e o Samu têm estado muito bem e fazem muitos golos. Podem ser decisivos no clássico. As equipas jogam bem no ataque e estão com veia goleadora, embora o Benfica no último jogo não tenha feito tantos golos como anteriormente”, explicou, dizendo ainda que quem “lidar melhor com a pressão vai vencer o jogo” e que se trata de uma partida com “cinquenta por cento de possibilidades para cada equipa”. “São jogos de pormenores, as equipas conhecem-se bem. Mesmo que haja uma alteração da estratégia por parte dos treinadores, penso que nem uma nem outra serão supreendidas e será o talento dos seus jogadores a decidir o jogo”.