Benfica "comprou" golos a dois milhões de euros: produção do Sporting sai bem mais barata
Olhando a todas as competições, Pote precisa de 116 minutos para fazer o gosto ao pé, mas no campeonato bastam-lhe 91. Darwin, no campeonato, necessita de 398 minutos.
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O Sporting sairá líder do campeonato independentemente do que aconteça com o Benfica na segunda-feira e o estatuto de favorito que Rúben Amorim teima em desviar deve-se à surpresa de uma liderança conquistada... com tostões, pelo menos se comparados os reforços com os do Benfica.
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Os leões gastaram 13,71 milhões de euros, enquanto os encarnados, com o maior investimento jamais feito em Portugal, gastaram 99 milhões de euros (sem o mercado de janeiro). O leão ruge e tem o golo a preço de saldo. Analisada toda a temporada, dos 50 tentos leoninos, 25 vieram de reforços. Feitas as contas às sete entradas de jogadores de campo, cada festejo implicou um investimento de 548 mil euros. Alargando a comparação à participação em tentos, incluindo as assistências, o valor baixa para 330 mil euros.
O Benfica resgatou Vertonghen livre e Otamendi por 15 milhões de euros, mas foi na frente que apetrechou o polimento para a nota artística. Dos 64 golos na temporada, 23 chegaram por intermédio de reforços, o que face ao investimento de 99 milhões de euros coloca a cifra nos 4,3 milhões de euros por golo. Um festejo de luxo, portanto, que representa um esforço financeiro oito vezes acima ao feito pelo Sporting com resultados, até ao momento no campeonato, inferiores. Isso fica ainda mais evidente se juntarmos as assistências à equação: 2,02 milhões gastos por cada participação em golo. O sucesso do recrutamento no Sporting para marcar golos está à vista: metade desses foram obtidos por reforços, já no Benfica a percentagem é de 36%. Diga-se que tanto Sporting como Benfica têm no onze mais comum seis reforços. No leão, Adán é dono da baliza, João Mário do meio-campo e Nuno Santos e Pedro Gonçalves das alas ofensivas. Sobra Feddal no eixo e Porro, o lateral goleador, que ganham em rendimento aos reforços encarnados Otamendi e Gilberto. Vertonghen, Waldschmidt, Darwin e Everton são os outros, sendo o extremo brasileiro a incógnita maior para o dérbi pois só saberá amanhã se pode ir a jogo após covid-19.
Dos reforços, existem seis jogadores cujas futuras vendas não representam um encaixe total para os clubes. Nuno Santos, Tabata e Pote no Sporting; Darwin, Everton e Waldschmidt no Benfica
Um Pote de ouro chega para Darwin milionário
Darwin chegou por 24 milhões de euros, ficou com uma cláusula de rescisão de 150 milhões de euros. O maior investimento leva nove golos, três dos quais no campeonato, e nove assistências. Precisa de 215 minutos para marcar e cada festejo assinala um investimento de 2,66 milhões de euros. No Sporting, a chegada de Pedro Gonçalves suscitou dúvidas pelos 6,5 milhões de euros pagos ao Famalicão, mas com 12 golos em 18 jogos está a compensar. Custa 540 mil euros cada golo do natural de Chaves e só precisa de 116 minutos para faturar. Apesar de ser um médio, há 55 anos que um jogador português do Sporting não precisava de tão poucos jogos para marcar em cinco seguidos, mais concretamente desde o ponta de lança João Lourenço.
Liderando destacado os artilheiros do campeonato com 12 golos, a diferença é abismal para Darwin. Na Liga, o uruguaio precisa de 398 minutos para fazer o gosto ao pé, Gonçalves apenas 91. É um pote de ouro e são muitos milhões em jogo, amanhã, no dérbi.