Médio chegou aos 100 jogos pelas águias em duas épocas e... lesionou-se. Agora espera estar apto rapidamente para continuar, como refere, a mostrar a sua atitude em campo. Numa entrevista em que não foi abordado o despedimento de Roger Schmidt, nem a vinda de Bruno Lage, o médio olha para o futuro com ambição.
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Em pouco mais de duas épocas, Fredrik Aursnes atingiu o número redondo de uma centena de jogos pelo Benfica, com a particularidade de ter feito 90 na condição de titular. Esse patamar foi alcançado na receção ao Estrela da Amadora, embate em que se lesionou, tendo esta meta sido o mote para o jogador, à BTV, explicar o que sente pela adaptação e aposta tão consistente nas suas capacidades.
Numa entrevista conduzida pelo ex-médio Shéu Han, Aursnes reconheceu que não estava à espera de chegar “tão depressa” aos 100 jogos. “Não sabia o que esperar de mim, que iria fazer tantos jogos. Era bastante humilde e continuo a sê-lo, porque acho que é um clube muito grande. Fazer tantos jogos por este clube é uma verdadeira honra para mim e estou muito orgulhoso! Ser titular em tantos jogos é sempre uma honra e não o tomo como garantido. Acho que talvez seja um dos meus pontos fortes, o facto de ter esta atitude”, constatou o camisola 8.
O ex-Feyenoord, seja a lateral, a médio ou a ala, é visto como um jogador que não pára um segundo e Shéu questionou-o mesmo como explica ter sempre as baterias carregadas. “Acho que tem sido o meu estilo de jogo desde criança, dar sempre 100% e fazer tudo o que posso em cada situação. Penso que faz parte de mim. Tento dar o meu melhor em qualquer que seja o jogo. E, claro, acredito que a minha genética permite-me correr muito”, explica o jogador de 28 anos que, em termos psicológicos, assegura ter em vista sempre tentar ser igual a si mesmo. “Sempre fui assim e também tentei ser eu próprio quando vim para o Benfica. Toda a gente é diferente, e num balneário vão sempre existir personalidades diferentes. Cada um deve tentar encontrar o seu caminho. E eu sou como sou.”
Olhando para trás, e quase em jeito de balanço, o médio sente-se “muito orgulhoso e honrado” por treinar, jogar e visitar estádios “quase cheios de adeptos do Benfica”, mas este estatuto que angariou não o deixa deslumbrado. “Não o tomo por garantido, aproveito todos os dias. Estou muito ansioso pelo futuro, mas tento viver o presente e aproveitar o máximo que posso todos os dias, refere o jogador que vai “estar de fora algumas semanas”, mas está “a trabalhar arduamente para voltar o mais depressa possível”. “Tenho essa esperança e quero mesmo recuperar muito rapidamente. Vou dar o máximo todos os dias para o conseguir. Claro que quero tentar voltar ao relvado o mais depressa possível, porque é onde me sinto feliz.”
A entrevista versou mais sobre a vertente pessoal e feito alcançado, não tendo incluído como assuntos o despedimento de Roger Schmidt, que pediu a sua contratação ao Benfica, e o regresso de Bruno Lage. Foi abordada, isso sim, a demonstração de liderança que Aursnes, segundo Shéu Han, exibe em campo. “Juntos podemos atingir os nossos objetivos, isso é muito importante”, respondeu, destacando a ajuda dos adeptos.
"Todos temos de viver com a pressão"
Médio lembra que só todos juntos, e melhorando diariamente, poderão atingir os objetivos
Contratado em 2022/23, Aursnes foi surpreendido “de uma forma muito positiva”, tendo o Benfica “uma dimensão muito maior” do que estava à espera. “Aqui em Lisboa, e também em Portugal inteiro, há adeptos do Benfica. Para mim, é realmente fantástico ver e experienciar isto. É um mundo totalmente novo para mim! Obviamente que jogar futebol aqui é fantástico, e jogar com todos os bons jogadores que aqui estão é realmente um espetáculo! Desfruto todos os dias por poder estar aqui”, reconhece.
Para Aursnes, tudo foi “uma novidade” em Portugal e no Benfica. “Ter sempre esta pressão todas as semanas, todos os dias, é algo com que temos de lidar. Quando estamos todos os dias com a equipa, apoiamo-nos uns aos outros. Isso ajuda muito. Tentamos concentrar-nos no que podemos fazer todos os dias para melhorar e para ganhar o jogo no fim de semana. Acho que é aí que deve estar o foco, e que tu e todos os outros jogadores façam tudo o que podem, diariamente, para atingir os objetivos. Todos nós fazemos isso”, considera.
Como “todos no clube querem ter sucesso”, o trabalho diário aponta para essa meta. “Claro que temos de viver com a pressão, mas é algo de que temos de tentar desfrutar também, enquanto jogadores. Por vezes pode ser difícil, mas temos de nos manter todos juntos, os jogadores e os adeptos, todos nós, para irmos juntos na direção certa”, apontou o polivalente norueguês.