Estupiñán é o avançado mais influente da equipa, reflexo de um trabalho que o transformou.
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A dependência do Vitória de Guimarães das ações de Ricardo Quaresma, atualmente a recuperar de um traumatismo no joelho direito, esbateu-se com a repescagem de Óscar Estupiñán.
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Vindo da equipa B, o colombiano pegou de estaca e, na última jornada, tornou-se no avançado dos minhotos com maior participação em golos no campeonato - sete remates certeiros e duas assistências (33 por cento de influência) em apenas 11 jogos. Uma eficácia nunca vista na primeira época em Portugal (2017/18), mais preenchida por jogos pelos bês do que pela formação principal. "Até podia aparecer no sítio certo, mas nem sempre estava preparado para fazer uma receção orientada ou simplesmente rematar. Teve de trabalhar os apoios [saber colocar os pés] e a postura correta do corpo para poder finalizar logo, decidindo com precisão. Fizemos isso com ele e, de facto, evoluiu nesse sentido. Percebe-se que superou essas deficiências", recordou Vítor Campelos, o ex-treinador do Vitória B, certo de que a posterior passagem pela Turquia, ao serviço do Denizlispor, também refinou o ponta de lança. "Jogou com regularidade e adquiriu aquela experiência que lhe faltava no futebol europeu", juntou.
Ao mesmo tempo que foi ganhando rodagem na Europa, o colombiano aprendeu a posicionar-se na área para não perder tempo na finalização. Vítor Campelos deu o pontapé de saída para essa evolução
Tudo bem misturado, Estupiñán transformou-se num avançado letal, a aproveitar qualquer oportunidade e até a dominar nas alturas: é o que ganha mais bolas no jogo aéreo, 5,8 por jogo. Vítor Campelos não vê, aliás, outro que encaixe melhor "na forma de jogar do Vitória", muito baseada nos "lances construídos pelos extremos". "É o ponta de lança adequado à atual matriz de jogo da equipa: finaliza bem com os pés e a cabeça, acredita sempre e, apesar de ser um jogador robusto, é bastante rápido. É muito competitivo", assinalou o atual treinador do Chaves, e sublinhou ainda a aposta efetiva de João Henriques como fundamental nesta transformação:
"Tem outra confiança ao saber que conta para o treinador. Jogando com regularidade, como tem acontecido, é natural que demonstre as suas qualidades. De resto, está mais adaptado e maduro. Só precisava de tempo. Quem vem de um campeonato sul-americano denota sempre dificuldades ao deparar-se com um futebol de maior exigência". De pontaria afinada, Estupiñán faturou diante de FC Porto e Benfica (Taça da Liga) e tem agora pela frente outro jogo grande, frente ao rival Braga.