Central já teve alta após ter sido operado a uma fratura na arcada zigomática. Aptidão para a Supertaça é muito difícil e implica proteção.
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Pepe entrou numa luta contra o tempo para tentar estar disponível para o jogo da Supertaça Cândido de Oliveira, na quarta-feira (20h45), com o Benfica.
O central do FC Porto foi operado, ontem, quinta-feira, numa unidade hospitalar da Invicta, a uma fratura da arcada zigomática sofrida na quarta-feira, com o Paços de Ferreira, e voltou a casa ao final do dia agarrado a uma réstia de esperança.
Tudo dependerá da evolução que registar nas próximas horas, sendo certo que os dragões não correrão riscos com o capitão, uma vez que em janeiro têm novo encontro com os encarnados (campeonato) e a final four da Taça da Liga para disputar. Se receber luz verde para jogar, o internacional português terá de o fazer com uma máscara a proteger a zona intervencionada, como explica a O JOGO o médico Henrique Jones. "Para um cidadão comum, a recuperação andaria à volta de um mês, mas um atleta poderia voltar a treinar em duas ou três semanas. Agora, se a evolução correr bem e se o regresso for feito com a devida prevenção/precaução, isto é, com o recurso a uma máscara, poderá acontecer mais cedo do que o normal", esclarece o antigo clínico da Seleção Nacional.
O futebol está recheado de casos de jogadores que sofreram uma lesão idêntica à de Pepe e que, após uma cirurgia e com o auxílio de uma máscara de carbono, voltaram à atividade no prazo de oito a dez dias. O brasileiro Thiago Silva até chegou a fazê-lo em apenas sete, no ano de 2014, quando estava no Paris Saint-Germain. Seja como for, jogar nestas condições poderá provocar alguns transtornos. "O maior é o contacto direto, seja com um colega num treino, com o adversário ou até com a bola, que ao bater numa zona que foi fraturada há pouco tempo pode dar dor e provocar inchaço. Tendo em conta que um jogador de futebol não usa só os pés, tem de ter cuidado. Ainda por cima um central, que tem de estar perfeitamente seguro e sem limitações psicológicas no sentido de usar a cabeça quando for preciso. Se isso acontecer, o atleta pode ser integrado na competição", sustenta Henrique Jones.
Atendendo a que os prazos variam de jogador para jogador, o FC Porto não avançou com uma previsão para a recuperação de Pepe. Os dragões vão analisar o caso diariamente e decidir mais próximo do jogo com o Benfica, no qual estará em discussão o primeiro troféu da época. Um detalhe importante, mas que pode não compensar o risco de perder por mais tempo o capitão, que Henrique Jones conhece bem. "É um atleta fantástico, com quem trabalhei durante dez anos, e pelo departamento médico do FC Porto, que é excelente e supercompetente, existem condições para que o prazo de regresso seja obviamente rápido", opina. Veremos se será o suficiente para jogar no clássico ou apenas para no encontro seguinte, com o V. Guimarães (Liga).