Arranca a maior edição de sempre da Ibercup: 316 equipas, 5500 jovens e 22 países
Vão a jogo 316 equipas e mais de 5500 participantes neste torneio juvenil, que decorre em Cascais. Filipe Rodrigues, responsável pela organização, confessa que as expectativas são altas. A competição é dividida por 12 categorias, nove masculinas e três femininas. Estão 22 países representados.
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Arranca esta quinta-feira a maior edição de sempre do torneio de Páscoa da Ibercup. São 316 equipas, provenientes de 22 países, com mais de 5500 jovens, numa competição dividida por 12 escalões, nove masculinos e três femininos. Os primeiros jogos estão agendados para as 8h30.
Filipe Rodrigues, presidente da Ibercup, não esconde o entusiasmo e admite que “as expectativas são muito altas”. “É a maior edição de sempre em termos de equipas e participantes. Além disso, este ano temos mais categorias no futebol feminino. Estarão presentes grandes clubes do futebol europeu e de outros continentes”, regozija a O JOGO, que é o jornal oficial da prova.
Sem qualquer tipo de ansiedade para que a bola comece a rolar, o organizador conta que “esta preparação é feita com muita antecedência” e que “todos vão até aos mais ínfimos detalhes para que tudo corra bem”. “Já estamos até a preparar a edição de 2025, embora no final de cada evento façamos uma análise para tirarmos conclusões de como podemos melhorar”, elucida Filipe Rodrigues.
Esta é a 13ª edição da prova, que se estreou em 2010 com 76 equipas e 1400 atletas. Catorze anos depois, os números quadruplicaram. “Sinceramente, não acreditava que viriam até aqui mais de 300 clubes e de todo o mundo. Felizmente, a prova evoluiu”, salienta o organizador, considerando que “a localização é um dos aspetos que diferencia a prova”. “O facto de ser em Cascais e na zona de Lisboa faz com que quem nos visite fique apaixonado. Depois, temos todo o cuidado com os detalhes e damos um bom tratamento às pessoas”, completa. Para Filipe Rodrigues, o importante é que “jovens desfrutem e tirem o máximo partido da competição e que, no final, sejam todos campeões no que à participação diz respeito”.
José Mourinho é o embaixador da edição de 2024 da Ibercup. O técnico diz aos jovens que o grande objetivo é “divertirem-se e estarem com os verdadeiros amigos, que são os que jogam na mesma equipa”.
As previsões de chuva até domingo, dias em que se disputa a Ibercup, não são as mais favoráveis. Por essa razão, a organização do torneio já preparou planos alternativos, caso um dos campos que vai acolher a competição não esteja em condições devido ao mau tempo. Está acautelada a possibilidade de transferir jogos para outros locais.
Com o aumento de equipas e jogadores, o número de campos também aumentou e, além do concelho, existem alguns jogos que serão realizados fora do município de Cascais. “É um dos nossos maiores desafios nesta edição, mas as equipas também acabam por fazer turismo ao andar de um campo para outro”, considera Filipe Rodrigues.
Gonçalo Ramos foi um dos craques que, durante a formação, participou em edições da Ibercup. Na apresentação do evento, Filipe Rodrigues recordou a presença do atual avançado do PSG no torneio, então com a camisola do Benfica: “Lembro-me de ele disputar uma final de sub-14 com o Ajax em que fez toda a diferença”.
Depois da edição de Páscoa, a organização começa já a preparar a prova da verão, que se realiza também em Cascais. “Já temos cerca 500 equipas confirmadas de 50 países”, adianta Filipe Rodrigues. Ainda há torneios da Ibercup em Espanha e no Brasil, provas que todos os anos reúnem mais de 80 mil atletas.
América do México, Roma e Chelsea estreiam-se
Há muito que o Ibercup ultrapassou as fronteiras nacionais e até mesmo europeias. Prova disso são as equipas presentes na competição, oriundas de vários continentes. “Temos a equipa do Brasil com mais adeptos, que é o Flamengo, e tem sido presença habitual no torneio. O América do México é um dos maiores clubes daquele país e participa pela primeira vez. Temos ainda o Yokohama FC que viaja desde o Japão, que é um caminho muito longo”, exulta Filipe Rodrigues.
O organizador da Ibercup destaca ainda a presença de um emblema da MLS: o Philadelphia Union. “É um regresso. Já estiveram presentes em 2018 e tinham confirmado a vinda para a edição de 2020. Infelizmente, depois aconteceu o Covid e a prova foi cancelada. É uma das equipas mais fortes em competição e que pode até vencer um dos troféus”, frisa.
No que diz respeito a mais estreantes, Filipe Rodrigues ressalva a vinda do Gent, Chelsea e Roma. “Mostram que acreditam na organização e querem os seus atletas a competir com as melhores equipas do mundo”, sublinha. E a forma como está organizada a prova faz com que cada vez mais equipas queiram participar. “Tudo tem um início. Participam a primeira vez e querem regressar, porque consideram que é uma experiência positiva para os clubes. E o principal objetivo é poderem defrontar adversários com nível elevado e competitividade alta”, refere Filipe Rodrigues, considerando que os emblemas “olham para o espaço da Ibercup como um local em que os jovens se podem desenvolver.”
Os emblemas estrangeiros não são exclusivos da competição masculinas do torneio. Para a prova feminina estão presentes seis clubes de fora: Atlético Madrid e Almería (Espanha), Djurgadens e Brommpojkarma (Suécia), Doncaster Elite (Inglaterra) e FC Sudamerica (Estados Unidos).
A Ibercup é um torneio que faz parte do Elite Series e, por estarem presentes algumas das melhores equipas mundiais, atrai olheiros de várias partes do globo, que procuram estar a par dos novos talentos emergentes, recomendando-os aos clubes para os quais trabalham. Portanto, isto quer dizer que nas bancadas dos vários relvados de Cascais não estarão apenas familiares dos atletas e entusiastas da modalidade, como também emissários a tirar apontamentos e a tentar descobrir quais os próximos craques mundiais.
Logística está toda tratada
Juntamente com a organização, a Câmara Municipal de Cascais preparou esta edição da Ibercup com antecedência, tratando dos pormenores para que nada falte aos participantes. “Vários departamentos da autarquia planearam tudo ao detalhe, desde a logística dos transportes, para que cheguem a horas aos jogos, até às escolas onde alguns dos clubes vão ficar a pernoitar. Depois, há uma grande colaboração dos emblemas do concelho, sem os quais não conseguiríamos almejar a realização do maior evento de formação em Portugal e um dos maiores do mundo”, descreve Franscico Kreye, vereador do desporto do município cascalense.
O autarca destaca o retorno financeiro que o evento tem em Cascais. “É difícil quantificar em números, mas existe um impacto grande na hotelaria e no comércio local. É também um evento familiar, que acontece em período de férias escolares, o que permite que estejam muitas pessoas nas bancadas a assistir e a vibrar”, analisa o vereador, empenhado “em receber os participantes de braços abertos”. “Há um grande trabalho multidisciplinar por parte da Câmara e procuramos sempre melhorar em cada edição”.
Presença de três seleções
Devido às longas viagens, existem vários clubes de outros continentes que não podem estar presentes na Ibercup e, para que jovens auspiciosos não sejam prejudicados, foram criadas seleções que reúnem talentos emergentes do Brasil, Austrália e América do Norte. “Durante a pandemia de Covid-19, percebemos o que podia ser o futuro e a reação das equipas ao voltarem a viajar. Concluímos que a única forma de viabilizar a presença de alguns jogadores seria através da criação de seleções”, elucida Filipe Rodrigues. O organizador do torneio explica como é feito este recrutamento. “Através da nossa rede de contactos, começámos pela Austrália e conseguimos ter acesso a algum talento. Nem sempre é o melhor talento, mas é o que está disponível para viajar. O projeto tem sucesso, cada vez com mais equipas”, aponta.
Torneio com parceiros de luxo
A edição de 2024 da Ibercup conta com José Mourinho como embaixador, enquanto Daniel Bragança e Kika Nazareth são os padrinhos. Três parceiros de luxo, como reconhece Filipe Rodrigues, que dão ainda mais notoriedade à competição. “São figuras da atualidade do futebol, cada um na sua área. José Mourinho é uma bandeira nacional e a maior referência em termos de treinadores. O percurso de Daniel Bragança até à equipa principal do Sporting é um exemplo para os jovens e Kika Nazareth é provavelmente a melhor jogadora portuguesa da atualidade”.