"Apito Dourado limitou Pinto da Costa, mas o clube continuou a ser forte à sua imagem"
ENTREVISTA, PARTE II - Jesualdo Ferreira acabou por ser a voz do clube, num período em que o presidente estava suspenso. Processo criou alguns problemas, mas foram resolvidos com a força de um grande clube, sempre inspirado na energia do seu líder, que nunca se afastou da equipa. É essa a ideia do professor.
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Jesualdo Ferreira atravessou uma era de sucessos no FC Porto, mas também alguns tempos difíceis, como a fase do Apito Dourado que, em 2008, levou à suspensão de Pinto da Costa durante dois anos, a perda de seis pontos por parte do clube e a descida de divisão do Boavista (decisões muito mais tarde revertidas)...
"Durante um tempo, e um tempo muito complicado, praticamente fui eu a voz do clube, não podia ser de outra maneira. O presidente estava suspenso e sabemos a força das suas palavras. Claro que isso nos atrapalhou um bocado, mas para mim foi um prazer, porque acima de tudo tive sempre o cuidado de defender o clube e os meus jogadores. E não me desviei um milímetro dessa ideia, nem me arrependo de nada. Era minha função e a minha obrigação para com o clube, um grande clube".
Aparentemente, a circunstância não fragilizou Pinto da Costa. "Limitou-o naturalmente, mas o clube continuou a ser forte à sua imagem, porque é um clube enorme, com uma incrível massa adepta, dirigido por um grande líder. E durante esse tempo tenho de realçar também o trabalho do Antero Henrique, junto de todos nós, que foi muito importante".
A suspensão não afastou totalmente o presidente. O professor conta o sentimento que se vivia. "Sabíamos que o presidente estava sempre connosco, não nos faltou nada. O seu amor ao clube e a forma emotiva como o vive mantiveram-no sempre por perto."