Rúben Micael, que esteve na última equipa bracarense a vencer o Benfica na Pedreira, diz que a perda do quarto lugar será inadmissível.
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Elemento preponderante na última equipa do Braga que derrotou o Benfica na Pedreira, já lá vão mais de sete anos, Rúben Micael não sabe dizer se há alguma espécie de bloqueio mental dos arsenalistas nestes jogos, mas acredita que amanhã será colocado um travão na marcha encarnada.
"É preciso ser realista e perceber que chegar ao terceiro lugar é quase impossível para o Braga, mesmo que vença o Benfica", começa por dizer o antigo jogador, refletindo depois sobre as contas da parte de cima da classificação. "Para um clube com a dimensão do Braga, e atendendo ao plantel que tem, não seria admissível acabar o campeonato em quinto e o Gil Vicente em quarto. E digo isto com todo o respeito em relação ao Gil. António Salvador não vai perdoar se isso acontecer."
Se o Braga parte para o jogo com o Benfica com a motivação de cavar uma distância segura para a equipa de Barcelos e de voltar às vitórias em casa perante os encarnados, Rúben Micael regressa à pele de jogador e oferece ainda outros suplementos aos arsenalistas. "A semana é sempre diferente quando se joga com um grande. Os vídeos da equipa adversária são mais pormenorizados, são vistos mais vezes e as bolas paradas são analisadas de outra maneira também. O estado de espírito é diferente e tudo isto conduz o jogador a um estado de alerta máximo", justifica o antigo jogador do Braga, sem dúvidas quanto à maneira como o jogo deve ser encarado pelos minhotos. "É verdade que o Benfica tem ganho sempre na Pedreira nas últimas épocas, mas o Braga só tem uma coisa a fazer: ir para o campo e dar o máximo, disputando cada lance como se fosse o último. Pode ser que este jejum de vitórias em casa com o Benfica seja ultrapassado."
Matheus, pela "segurança e experiência", e Ricardo Horta, "por fazer a diferença no ataque", são os destaques que Rúben Micael escolhe na equipa bracarense. "O trajeto do Braga na Europa não me surpreende e é o reflexo do trabalho que tem sido feito por António Salvador. Este Braga não tem nada a ver com o de há 20 anos. Só é pena ver a equipa mais atrás dos grandes do que é normal no campeonato", atira o antigo médio, pronto a oferecer uma justificação para o sucedido. "Ir além do quarto lugar é o mais difícil, porque o Braga luta com clubes que têm orçamentos de 100 milhões de euros. Não há milagres. Nem sempre se consegue arranjar jogadores baratos e lutar com equipas mais apetrechadas. É impossível. Além disso, é também preciso esperar que os três grandes não estejam tão bem."