António Miguel Cardoso: "Lembro-me de Pinto Lisboa dizer que o Musrati não tinha qualidade"
As principais declarações do candidato às eleições do V. Guimarães, António Miguel Cardoso, no debate transmitido pela Sport TV
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Sobre o momento financeiro: "Para nós é essencial redução de gorduras, seja jogadores, colaboradores com salários excessivos, equipa de sub-23, equipas médicas, treinadores, infraestruturas, logística. Teremos de estar preparados para uma série de problemas para resolver. Vemos no projeto de Pinto Lisboa uma expectativa de venda de jogadores todos os anos, com valores altos de 8 a 16 M€, qualificações para a Europa todos os anos e há um excesso de otimismo. E também há uma política mercantil. Temos de ser práticos."
A questão Tapsoba: "Não concordo com a comissão paga, mas muito menos concordo com o empréstimo do Musrati ao Rio Ave, que fez com que o Rio Ave se qualificasse para a Europa e lembro-me de Pinto Lisboa dizer que o Musrati não tinha qualidade para jogar no Vitória".
Mais sobre Tapsoba: "Causa-me algum espanto como é que o Tapsoba é vendido para o Leverkusen, que trouxe um gabinete de scout e fez o negócio, como é possível pagarmos uma comissão ao agente do jogador, o Deco, e ao agente alemão e depois aparecer o Jorge Mendes a receber uma comissão avultada nesse mesmo negócio. Temos de ser completamente independentes. Muitos empresários me têm ligado. Se ganharmos, depois de dia 5 falo com todos. Antes, não falo com ninguém. Tem de ser os melhores negócios para o Vitória, não há empresários privilegiados".
A pandemia: "Depois de termos fechado o Tapsoba, começou a pandemia. Sem a pandemia, estaríamos bastante melhores e teríamos feito outras opções nas janelas de transferências".
Sobre Pepa: "Gosto do Pepa, mas sinto que está desamparado. É uma equipa técnica perdida que não tem apoio da Direção. Contamos com o Pepa. Se ganharmos, queremos entrar no balneário, proteger o Pepa, porque é possível irmos à Europa. Eu conto com o Pepa. Foi uma boa escolha, mas não está a ser protegido pela Direção. Os treinadores precisam de apoio, como em decisões difíceis e momentos de derrota. Um presidente não pode aparecer só quando ganhámos. Dessa forma, há muito a fazer."
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A escolha de Diogo Boa Alma para diretor desportivo: "Quem vem para o Vitória não pode ver o clube como uma universidade. Pinto Lisboa duplicou os custos dos funcionários da SAD, quase triplicou o passivo, o Vitória tem custos financeiros relacionados com empréstimos que passaram de 200 mil euros quase para milhão e meio. Na questão desportiva, contratámos mais de 100 jogadores, tivemos três diretores desportivos, seis treinadores e sentimos que a responsabilidade nunca era da Direção, mas sim de quem cá estava e que entrava e saía. O Diogo Boa Alma fez um grande trabalho no Santa Clara. Ter ADN Vitória não representa automaticamente resultados desportivos. O Alex na equipa B tinha jogadores como Daniel Figueira, Tapsoba, Al Musrati, João Correia, Romain Correia, André Almeida, Rosier e não deixou de descer de divisão. Nem sempre o ADN Vitória está relacionado com os resultados desportivos. O presidente é o grande responsável por todas as decisões e depois temos que ter um diretor desportivo. A carta branca dada por Pinto Lisboa a Carlos Freitas nunca acontecerá. "Também queremos alguém que entre no Vitória às 9h00 e saia às 24h00. Alguém que acompanhe os juniores, a equipa B, etc. Temos que apostar na formação, sempre. Não é quando não há alternativa. O capital de confiança tem que voltar, os jogadores têm que querer voltar para o Vitória. Há muita coisa a reestruturar. O Diogo será uma pessoa de trabalho que nos vai ajudar".
Motivo da recandidatura: "Estou aqui porque sinto que a gestão de Pinto Lisboa não fez o trabalho que eu esperava. Os associados não estão satisfeitos. Eu não estou satisfeito. Se a Direção tivesse feito um bom trabalho, eu não estaria aqui. Sou manter-me calado durante estes três anos, mas passado este mandato, era importante voltarmos e repetirmos as nossas ideias aos sócios. O trabalho tem sido mal feito e é uma hora de mudança. Em tempos de centenário, precisamos de mudar e reestruturar o clube".
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