Nunca tantos jovens "feitos" no Seixal entraram na equipa principal: nove. Em minutos de jogo, os 11 224 são recorde.
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O Benfica celebra esta quinta-feira o seu 115.º aniversário, o qual também coincide com o ano onde mais jogadores formados no Seixal e mais minutos disputaram na equipa principal das águias. Bandeira de Luís Filipe Vieira nas últimas temporadas, nomeadamente desde a entrada de Rui Vitória para o comando da equipa técnica dos encarnados e agora reforçada com Bruno Lage, a aposta na formação nunca foi tão assumida e clara como no último ano. O JOGO analisou não uma época nem um ano civil, mas sim o período correspondente aos 12 meses de cada aniversário do Benfica desde que foi inaugurado o Caixa Futebol Campus, em setembro de 2006, e chegou à conclusão de que nunca os jovens formados no Seixal se impuseram tanto como atualmente.
Durante os últimos doze meses, Rúben Dias foi o jovem formado no Caixa Futebol Campus que mais jogos fez pela equipa principal: o central jogou 50 partidas e fez 4455 minutos
Entre 28 de fevereiro do ano passado e o dia de hoje, foram utilizados oito jogadores que tiveram toda ou boa parte da sua formação nas escolas das águias: Bruno Varela, Rúben Dias, Ferro, Yuri Ribeiro, Alfa Semedo, Florentino, Gedson, Jota e João Félix. De todos, apenas o guarda-redes não faz parte do plantel de Bruno Lage, dado que entretanto saiu para o Ajax. A aposta em jovens "made in Seixal" não se afirma apenas na quantidade de atletas mas, acima de tudo, nos minutos de utilização, que mostram uma presença muito significativa no tempo de jogo. Nos últimos 12 meses, os formados nas águias jogaram 11 224 minutos, com Rúben Dias (4455"), Gedson (2367") e João Félix (1558") como figuras de proa. O valor total da utilização dos jovens com percurso nos escalões de formação supera, de forma evidente, o melhor ano até agora: de fevereiro de 2016 a fevereiro de 2017, os atletas formados no clube tinham somado 8165 minutos, valor principalmente suportado por Ederson (3812") e Gonçalo Guedes (2111"). Já no ano seguinte, o destaque vai para o número de utilizados por Rui Vitória, sete jovens vindos do Seixal, mesmo assim menos dois do que nos últimos doze meses.
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É, aliás, nos tempos de utilização de atletas que se nota mais a mudança de paradigma no Benfica. Nos primeiros anos do Caixa Futebol Campus raros foram os jogadores ali formados que realmente chegaram ao plantel principal, como se comprova no quadro anexo. Em termos de afirmação, foi quase nula e mesmo os que foram chegando ao topo da estrutura, como Miguel Vítor, Roderick ou Nélson Oliveira, tiveram passagens pouco mais do que residuais pelo futebol sénior das águias. Uma situação bem diferente, por exemplo, de uma das "caras" atuais: Rúben Dias, no último ano, soma 4455 minutos e fez... 50 jogos.
Dos formados na Luz à "limagem" de Lindelof
O lote de jogadores com carimbo de formação no Benfica é longo e o nome de muitos não entraram nesta contabilidade pois são "pré-Seixal". Entre os atletas que passaram pelas escolas das águias neste século mas que não apanharam o Caixa Futebol Campus destacam-se, por exemplo, João Coimbra, Jorge Ribeiro, Sílvio e Paulo Lopes, que acabaram por integrar plantéis seniores do Benfica.
Casos distintos são, também, os de Lindelof e de Kalaica, "limados" na reta final da formação. O sueco, agora no Manchester United, chegou ao Seixal quase a completar 18 anos, vindo do Vasteras. Já o croata era maior (18 anos também) quando foi contratado, vindo do Dínamo Zagreb onde fez a formação.