Na primeira grande entrevista desde que trocou o FC Porto pelo Vitória, André André confessou não estar arrependido pela decisão. No Minho reencontrou a paixão e o prazer de jogar.
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O médio admite que o início de época foi atribulado, mas agora coloca o Vitória no pódio das equipas que apresentam melhor futebol. Os jogadores, sublinha, divertem-se dentro do campo.
Cinco meses depois de ter voltado ao Vitória, qual é o balanço?
-Positivo. Podia ser melhor, mas a época não acaba agora, há muito para conquistar e melhorar.
O sentimento de representar o clube é o mesmo ou é mais forte agora?
-A minha ligação com o clube e com Guimarães sempre foi muito forte. Por isso fiz esta escolha.
Estar fora dos lugares europeus nesta altura era expectável?
-Não podemos fazer esse tipo de análise nesta altura da época. Temos vindo a melhorar e a apresentar um bom futebol. Temos muitos jogadores novos e essa pode ser uma explicação para não estarmos mais acima na classificação. Depois de três derrotas seguidas no início da época, o grupo abanou um bocado, mas já entrou no rumo certo.
Houve dúvidas?
-Talvez fora do balneário, porque os jogadores estiveram sempre conscientes do que podiam fazer. O treinador implementou um novo modelo de jogo, houve um processo de aprendizagem e o grupo tentou captar as ideias o mais rápido possível. Luís Castro é um treinador que gosta de bom futebol e nem quer jogar de outra forma; eu também aprecio isso.
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Dá agora a ideia que os jogadores já se divertem em campo...
-Sim, a cada jogo que passa a equipa sente-se mais confortável e confiante. No início, fazíamos as coisas a olhar para o lado, mas agora já não precisamos, porque sabemos que está lá alguém. A equipa está mais solta.
Como é que olha para o primeiro golo ao Santa Clara?
-É uma jogada rápida. Não temos apenas o jogo de posse e circulação, mas também temos outras opções e variáveis. Foi um golo que deu prazer.
Qual é a margem de evolução da equipa?
-Nunca podemos estagnar; os treinadores e os jogadores nunca podem ter limites.
O Vitória perdeu na Luz pela margem mínima, ganhou no Dragão e empatou com o Braga, que era líder. As dificuldades surgem com as equipas mais pequenas...
-Os jogadores têm de sair do campo com a consciência que fizeram tudo para ganhar. Em alguns jogos as coisas não nos saíram bem.
O que falta ao Vitória para lutar de forma consistente pelos primeiros lugares?
-Todos os anos, há muitos jogadores que entram e que saem. A consistência num plantel é meio caminho andado; tudo é mais fácil para uma equipa que joga junta há vários anos. Esse conhecimento entre os jogadores faz com que as equipas cresçam. Mas temos de perceber que os clubes têm necessidade de vender.
Em que é que o Vitória é melhor do que o Braga?
-Em tudo. Não é pior em nada.