Anderson confia nos avançados que ficaram, prevê golos para breve e diz que a época pode trazer muitas coisas boas. Anderson foi o último avançado descarado da equipa, saiu para a Turquia e manteve o Vitória no coração, acreditando na resposta dos antigos companheiros. Golos vão reaparecer naturalmente.
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O Vitória vive momentos difíceis, com três derrotas seguidas, a última das quais penosa, por ter acontecido em casa, com reviravolta consentida nos descontos. Numa época já recheada de acontecimentos, apesar de oito jogos oficiais apenas, uma custosa saída da Europa e três treinadores, é com Paulo Turra que se vai esperando um caminho de retoma. Vai fazendo falta um avançado centro de cariz mais fixo e musculado. André Silva e Jota vão fazendo quase sempre as despesas do ataque, oferecendo mobilidade, mas sem essa proximidade mais física aos defesas. Butzke, 108 minutos, e Safira, 119 minutos de competição, estão para já longe de uma posição de primeiro plano. Ao Vitória parece faltar alguém diferenciado nas características, como Estupiñán e, já na época passada, Anderson.
Conseguimos falar com o brasileiro, agora ao serviço do Alanyaspor. "Eu vejo grandes jogadores no Vitória. Joga o André e há o Safira. No meu tempo, quem jogava de início ou entrava dava conta do recado. Cada um esperava a oportunidade. Há um elemento novo, o Butzke. Existe qualidade na mesma, falta a bola entrar, isso vem com o tempo. Vão todos começar a faturar", garante. "Na época passada estava eu, André Silva e Jota. Jogávamos e encaixávamos bem. Mas também respondiam bem o Lameiras, o Mikey e o Nelson da Luz. Era um núcleo forte e fazíamos golos. Quem prosseguiu no clube é bom, pode ser uma questão de ritmo e confiança. Quem está no Vitória sabe que terá sempre essa ajuda de 15 mil pessoas nas bancadas, era uma motivação que tornava a equipa mais forte. Era tremendo", enaltece Anderson.
Saudade do inferno branco
Apesar de a estadia ter sido curta em Guimarães, o brasileiro ficou ligado ao clube. "Marcou a minha carreira, foi só um ano, mas vivi coisas que não se vivem em todo o lugar! Pela dimensão do clube, pelo ambiente dos adeptos, sentíamos que era, realmente, um inferno branco. Era surreal, não se encontra", elogia, lamentando o desfecho ditado pela saída de Moreno. "Percebi que a expectativa quebrou com saída da Europa. Fiquei surpreso com a saída. Respeitou-me muito, deu-me sabedoria, aprendi com ele. Ele vivia muito o Vitória! A decisão está no coração. Decidiu assim e ninguém pode julgar isso, cada um tem de estar bem no que faz. Não conheço o Turra, mas todos me falam bem. Vão dar a volta, importante é manter a identidade e ganhar."
Ainda que o momento não seja bom, Anderson projeta um futuro risonho. "Um jogador almeja coisas grandes, não custa sonhar. Há três competições para o Vitória encaixar: Champions, Liga Europa e Liga Conferência. A Liga ainda agora começou, o que ficou para trás, ficou. Tenho saudades de todos. Desejo o melhor, o futebol é o momento e não falta muito para darem grandes alegrias. No final, concretizados os objetivos, podem agradecer-me pela força", brinca o brasileiro.
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