Vínculo com o treinador foi quebrado depois de uma campanha irregular e recheada de problemas.
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Depois de qualificar o Vitória para a Liga Europa, ao ficar em quarto lugar na época passada, Pedro Martins saiu ao fim de 23 jornadas no campeonato. Após um percurso demasiado atribulado e recheado de pontos frágeis, o treinador de 47 anos foi vítima da primeira chicotada psicológica da carreira como treinador principal, iniciada em 2006, ano em que deixou de ser adjunto de José Couceiro.
A dificuldade em encontrar soluções para fazer esquecer jogadores fundamentais como Bruno Gaspar, Hernâni, Marega ou Soares (saiu em janeiro de 2016) é o primeiro detalhe de uma obra que demorou a ser construída na pré-temporada, um período fulcral em que o treinador esteve três semanas ausente devido a um problema de saúde.
As fragilidades defensivas começaram a ser sentidas logo depois da venda de Josué aos belgas do Anderlecht - disputou a Supertaça, em Aveiro, com o Benfica e os três primeiros jogos do campeonato - e foram agravadas com os constantes problemas físicos que afetaram, por exemplo, Pedro Henrique (tem 14 jogos na I Liga), Marcos Valente (dez jogos) ou Jubal (16), um dos que evidenciaram maior irregularidade exibicional. A estes jogadores do sector mais recuado acrescentam-se os casos dos médios-defensivos Wakaso - também prejudicado por lesões - e Celis, que regressou com o Braga depois de uma ausência superior a dois meses. Tantos problemas na máquina ajudam a perceber porque é vimaranense a defesa mais batida da Liga, com 43 golos sofridos.
Embora tenha sido um caso isolado, a invasão do treino, a 17 de janeiro, por parte de um grupo de adeptos desestabilizou o grupo. E a insistência no modelo de jogo (4x2x3x1) da época passada, que desta vez não resultou em muitos jogos, também serve para justificar o insucesso do treinador, que concluiu os termos da rescisão com o presidente do clube, Júlio Mendes, muitas horas depois de a decisão ter sido anunciada.