Declarações de Rúben Amorim, treinador do Sporting, na antevisão à deslocação ao terreno do Estoril (sexta-feira, 20h15), a contar para a sétima jornada da I Liga
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O Rúben assina um capítulo no livro do Hugo Leal e tem uma frase que é “O treinador é o mestre dos porquês”. Pode explicar? “Isso é porque eu acho que o treinador deve pensar sempre nos porquês. Quando manda um jogador fazer qualquer coisa, tem de pensar sempre que o jogador vai perguntar porquê e tem de ter sempre uma explicação. Por isso é que às vezes há ideias que nós temos e que demora tempo a implementar numa equipa. Porque é tentar apanhar essa ideia de todos os ângulos, para que quando um jogador, e eu fui jogador, o jogador gosta de ter aquela certeza de perguntar algo ao treinador e o treinador sabe sempre o porquê de faz as coisas. E portanto, simplesmente na conversa com o Leal, lembrei-me disso, de que o treinador é um bocadinho o mestre dos porquês. Porque tem de saber porque é que faz isto, imaginar todas as questões que um jogador vai questionar o treinador por uma opção, por uma situação, por uma forma de jogar.”
Nunca está completamente satisfeito com a exibição da equipa: “Não é estar sempre descontente. Eu consigo ver, eu conheço bem a minha equipa e consigo ver as limitações. E nós estamos numa fase que em jogos do nosso campeonato nós conseguimos implementar e já temos essa consistência. Já se nota que o Sporting joga sempre desta maneira, consegue empurrar os adversários. Eu sinto é que nós temos que trabalhar cada vez mais porque quando o nível às vezes aumenta um bocadinho, Liga dos Campeões, etc, nós temos dificuldades aqui ou ali, na construção, em certas situações. E portanto acho que não nos podemos deixar levar às vezes por exibições ou por resultados. Há sempre caminho a percorrer, há sempre algo a melhorar e por isso eu acho que , como responsável, não devo estar nunca satisfeito. E depois eu não vivo muito confortável com esta história de que o Sporting é imparável e de que o Sporting já não vai perder pontos. É algo que me afeta bastante, no sentido que eu fico desconfortável. E eu quero que eles sintam esse desconforto. Porque eu tenho a certeza que esta conversa toda de que somos imparáveis, que somos das melhores equipas de sempre em Portugal, quando perdermos os primeiros pontos, vão dizer que isto era tudo só conversa e que afinal eles isto e aquilo. Eu tenho a certeza que isso vai acontecer e, portanto, para nós não passarmos isso, nós temos de estar sempre no máximo e não nos deixarmos levar. Daí às vezes eu também exagerar um bocadinho, não elogiar tanto os jogadores como se calhar deveria, mas aí já vocês estão a fazer isso e portanto eu tenho de fazer o contrário. Simplesmente acho que eles têm estado muito bem, mas acho que podem fazer melhor.”