Em 2021/22 o Sporting entra pela nona vez na Liga dos Campeões, competição na qual teve mais desgostos que alegrias. Apenas uma vez superou a fase de grupos, mas seguiram-se duas goleadas com o Bayern
Corpo do artigo
Após três épocas de ausência, o Sporting está de volta à Liga dos Campeões e pela porta grande, como campeão de Portugal, o que lhe confere o estatuto de cabeça de série pela primeira vez na sua história (entra no Pote 1).
Desde que a prova foi "criada" em 1992 como uma evolução e remodelação da Taça dos Campeões Europeus, os leões estiveram presentes apenas em oito ocasiões, tendo arrecadado um total de 86,2 milhões de euros, sem contabilizar a bilheteira, uma verba importante, mas ainda assim muito abaixo dos rivais Benfica e FC Porto, deixando o Sporting sempre com menor capacidade de investimento e receitas inferiores.
Após longo jejum e com prestações pouco convincentes nas provas europeias, e poucas vezes no palco principal, o Sporting procura agora reforçar o seu prestígio internacional e apagar da memória as fracas prestações na maioria das edições da Champions em que esteve presente. Mudar a imagem, além do encaixe financeiro e da valorização do plantel, são metas para o Sporting de Rúben Amorim na edição 2021/22 da Champions. E o técnico enfrenta de novo a história, procurando a qualificação para a fase seguinte que só foi alcançada pelos leões numa ocasião, há 13 temporadas, em 2008/09.
Com a entrada em 2021/22 a receita imediata (sem contar a derivada do rendimento desportivo e bilheteira) pode rondar os 30 milhões de euros (ver mais informação nestas páginas), o que realça, no panorama atual, a importância e o peso da presença verde e branca. "É um "game changer" [que muda o jogo, em português]", disse recentemente o diretor financeiro do Sporting, André Varela, num "webinar" da Liga de Clubes. Também o presidente Frederico Varandas, no discurso após a conquista do título nacional, apontou que o Sporting precisa de "pelo menos três anos seguidos na Champions" para ser competitivo e poder ficar ao nível dos rivais. De facto, tamanha receita base, aliada ao prestígio e à valorização de jogadores, muda o tabuleiro para os leões e dá fôlego às contas do clube, que passam a respirar melhor, abrindo-se até perspetivas diferentes no mercado de recrutamento de atletas para reforçar a equipa. No fundo, uma verba a rondar os 30 milhões significa logo à partida que, numa só temporada, o Sporting encaixa logo um terço do que já conseguiu no somatório das suas oito participações anteriores.
Só Paulo Bento passou aos oitavos, mas foi goleado
O histórico do Sporting na Champions não é famoso nem em número de participações, como já referido (oito vezes em três décadas de competição), nem na taxa de sucesso: apenas uma vez conseguiu passar da fase de grupos, em 2008/09, com Paulo Bento ao comando, numa edição em que os leões saíram depois humilhados nos oitavos de final pelo Bayern de Munique, com goleadas por 7-1 e 5-0, após uma meritória fase de grupos na qual somaram 12 pontos, o seu máximo.
Quanto ao maior encaixe até agora, esse teve lugar na última ida à Champions, em 2017/18: 18,2 milhões de euros, considerando verba de entrada, de rendimento desportivo e do "market-pool" (direitos televisivos).
A importância de ir à Champions fica bem patente quando comparados estes valores com o que os leões alcançaram na Liga Europa em 2019/20, a última época já registada no relatório e contas do clube: 580 mil euros.
Com 20 jogos ao comando do Sporting na Liga dos Campeões, Paulo Bento é o técnico com mais partidas na prova, fruto de três participações seguidas (20006/07, 07/08 e 08/09). E se o título conquistado por Amorim coloca o Sporting como cabeça de série, o festejado por Boloni em 2001/02 não deu nem para ir à fase de grupos.