Contratação de outro avançado tem o propósito de reforçar a ideia de jogar com duas setas na área. Modelo de jogo terá semelhanças ao que Amorim viu Jorge Jesus implementar no Benfica.
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Rúben Amorim encontrou uma forma de motivar os jogadores para a reta final de campeonato.
O treinador do Sporting, ciente de que o terceiro lugar, a quatro pontos, seria difícil de alcançar, estabeleceu junto dos jogadores a vontade de testar um plano tático alternativo.
Com o jogo em Paços de Ferreira controlado, puxou Paulinho e Chermiti do banco para o relvado, de modo a abandonar o 3x4x3 que proclamou em toda a carreira de treinador até aqui. O Sporting, sabe O JOGO, está mesmo a ensaiar o 4x4x2, uma ideia tática distinta, para usar em momentos de aperto e para potenciar o jogo de corredores e, claro, a presença na área de dois avançados.
Tal como O JOGO noticiou, Rúben Amorim alterou a sua convicção no que toca aos avançados e pediu um novo dianteiro à SAD. Paulinho, principalmente, consegue jogar da esquerda para dentro, como faz Pedro Gonçalves, mas a ideia é que o camisola 20 seja para utilizar com outro homem alvo a par, com dois extremos abertos.
O novo figurino do Sporting 2023/24 será também forma de avaliar possíveis reforços, contando com jogadores polivalentes que se ajustem ao mais predefinido 3x4x3 como ao 4x4x2. O plano tático com dois avançados bebe do que Rúben Amorim, ainda jogador do Benfica, viu Jorge Jesus aplicar nos treinos no Seixal.
Amorim estabeleceu a ideia de usar um 4x4x2 como plano alternativo no final da época de 2022. No entanto, esse plano foi congelado pela saída de Matheus Nunes perto do fecho do mercado. O treinador, ao que o nosso jornal pôde apurar, entendeu que não tinha no meio-campo a devida segurança para aplicar a ideia e que sentiu que iria colocar em xeque a estabilidade na linha defensiva, isto porque Palhinha acabara também de sair. A solidez de Morita e a evolução de Pedro Gonçalves no meio-campo dão garantias. A dificuldade será manter Ugarte e encontrar outro "8" para as metas traçadas.
Coates perde fôlego na nova ideia
Para lançar Chermiti e Paulinho em campo, Rúben Amorim estabeleceu uma linha de quatro defesas e sacrificou Coates. Ao que O JOGO apurou, o central uruguaio perde alguma preponderância nesta ideia de defesa a quatro e Amorim não quererá o patrão do eixo dos últimos anos a ser forçado a grandes correrias para dobrar os laterais, até tendo em conta as limitações físicas do jogador e que obrigam a cuidados redobrados. Por isso mesmo, neste plano alternativo, os centrais mais rápidos como Inácio, Diomande e St. Juste ganham protagonismo em relação a Coates, que, com Amorim, tem sido sempre utilizado como o mais central dos três defensores. Até nas raras ocasiões em que desfez o núcleo de três centrais, Coates não ficou em campo, justamente porque o treinador prefere atletas mais velozes e que ocupem uma maior área de terreno. O capitão leva 41 jogos na época. Desde 2019 que não chegava a tais números.